Entre os dias de hoje, quinta-feira (11), e amanhã, sexta-feira (12), vários especialistas de universidades de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha vão estar reunidos na Universidade do Algarve e em Mértola, num encontro científico dedicado à investigação das cidades romanas.
Este evento conta com a organização do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património, do qual fazem parte as universidades de Coimbra e do Algarve e o Campo Arqueológico de Mértola, e procura também celebrar os 50 anos da primeira edição da obra ‘mater’ da arqueologia romana no país, revela a agência Lusa.
A obra em causa é o livro “Portugal Romano”, do historiador e arqueólogo português Jorge de Alarcão, que vai estar presente nas reuniões previstas para estes dois dias.
“Este evento vem a propósito de este ano se assinalar os 50 anos da publicação de uma obra que, de certa forma, faz a primeira grande síntese do que foi Portugal na época romana”, afirmou João Pedro Bernardes, arqueólogo e docente da Universidade do Algarve, à Lusa.
Durante este encontro, dedicado ao tema “Cidades Romanas do Conventus Pacensis em Diálogo no Sudoeste Peninsular”, vai ser feito um balanço da investigação arqueológica nas cidades do país, especialmente no sul, “comparando-as a algo que tem faltado na investigação portuguesa, as realidades do lado espanhol”, notou.
“A investigação tem sido feita, muitas vezes, de costas voltadas para os nossos colegas espanhóis, daí ser importante fazer uma análise e um balanço dos trabalhos”, salientou.
Este encontro vai contar também com especialistas italianos e alemães que se encontram a desenvolver investigação em Portugal, estando integrados em equipas portuguesas, como acontece com uma equipa da Universidade Nova de Lisboa que está a investigar Miróbriga, antiga cidade romana perto de Santiago do Cacém.
“A arqueologia também não tem fronteiras e, portanto, há sempre investigadores internacionais que têm interesse em conhecer outras realidades ou estudar outras realidades fora dos seus países de origem”, apontou o arqueólogo.
Com cerca de 20 oradores, este encontro arrancou hoje, quinta-feira (11), no Campus da Penha, na Universidade do Algarve, com o painel “Novedades en la arquitectura pública de Augusta Emérita”, projeto de investigação do teatro romano Pedro Mateos Cruz, do Instituto de Arqueología de Mérida.
Amanhã, sexta-feira (12), esta iniciativa passa pelo Campo Arqueológico de Mértola, onde vai ser realizada uma mesa redonda, moderada pelo historiador Jorge de Alarcão, sobre “O sul da Lusitânia e as relações interprovinciais”.
Fotografia de rr.sapo.pt
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