20 Novembro 2023      14:00

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Autarca de Mourão exige reforço da GNR

João Fortes, presidente da Câmara Municipal de Mourão

A Câmara Municipal de Mourão exigiu o reforço de efetivos e meios da GNR no concelho, devido a um “aumento significativo” de casos de vandalismo e furto, sobretudo durante o período noturno.

Em declarações à agência Lusa, João Fortes, presidente do município, afirmou que “não estamos a exigir nada mais do que aquilo que já nos havia sido prometido no âmbito do Contrato Local de Segurança (CLS), que ainda não teve qualquer tipo de consequência prática”.

O autarca falava a propósito de uma carta que a autarquia alentejana dirigiu ao ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a exigir o reforço de meios da GNR e a implementação de medidas do CLS de Mourão.

Assinalando que “não há criminalidade violenta em Mourão”, o presidente referiu que os casos que têm ocorrido, “essencialmente no período noturno”, estão relacionados com situações de “atentado contra a propriedade, vandalismo e furto”.

“Infelizmente, nas últimas três semanas, tem existido um aumento significativo destes delitos e por isso, enquanto autarca, tenho que apelar aos canais existentes para pressionar para que isto possa ser, a curto prazo, resolvido”, notou o responsável.

João Fortes sublinhou ainda que o município tem vindo a solicitar reforços à GNR e que este ano foi assinado o CLS, através do qual existiam “grandes expetativas porque tudo indicava que seria desenhada uma metodologia para tentar aparar este fenómeno”.

Porém, a Câmara de Mourão sente-se “defraudada com o que assinou com a tutela e com o ministro da Administração Interna”, pois esperava “um reforço de meios operacionais e humanos e tudo não passou de uma mão cheia de nada”.

“Entre a falta de efetivos, principalmente para o período noturno, e de viaturas, inclusive o município teve que assumir a compra de um veículo que vai ceder à GNR”, também foi necessário fazer obras no posto “para motivar os militares”, referiu João Fortes.

Segundo o presidente, o Posto Territorial de Mourão da GNR tem um efetivo de 25 militares para um concelho que “tem cerca de 2300 habitantes” e uma área de “278 quilómetros quadrados”.

No período noturno, “ficam no posto um ou dois militares e outros dois circulam pelo território”, o que “é manifestamente insuficiente, atendendo à enorme área territorial que tem que ser patrulhada”.

Neste sentido, “era essencial termos mais três a quatro militares para garantir uma rotatividade em permanência das patrulhas noturnas, que é quando se concentram os períodos em que ocorrem os delitos”, defendeu o autarca.

Além disso, o presidente revelou igualmente que a câmara “até já equaciona e está disponível para pagar gratificados”, caso o Comando Territorial de Évora da GNR consiga garantir mais militares para o patrulhamento noturno no concelho.

Este pagamento, porém, “seria sempre de forma transitória” até se encontrar uma solução definitiva de reforço do efetivo do posto de Mourão.

“Já estamos nessa disposição, enquanto município, para que as pessoas possam dormir mais descansadas e não ter receio de danos contra o seu património”, acrescentou João Fortes.