1 Maio 2024      10:06

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Portalegre vai atribuir interesse municipal ao Museu da Tapeçaria

A Câmara Municipal de Portalegre requereu a abertura do procedimento de classificação do Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino como monumento de interesse municipal.

Segundo a agência Lusa, num aviso publicado em Diário da República na passada segunda-feira, o município recorda que deliberou, no dia 11 de março, a abertura do procedimento de classificação (com impacto na proteção e valorização e imóvel).

“Trata-se de um imóvel que representa um valor cultural, arquitetónico e paisagístico significativo para o concelho e cuja proteção e valorização se apresentam essenciais para a respetiva salvaguarda”, lê-se no aviso.

O imóvel, de acordo com a autarquia, será considerado em “vias de classificação” a partir da notificação da decisão de abertura do procedimento, ficando abrangido pelas disposições legais em vigor.

O município acrescenta em comunicado que decorrerá pelo prazo de 30 dias úteis o período de consulta pública.

O museu, que nasce da arte desenvolvida pelas tecedeiras locais em meados do século XX, é considerado a catedral do denominado “ponto de Portalegre”, um tipo de tapeçaria assente na manufatura.

Inaugurado em 14 de julho de 2001, presta homenagem ao industrial Guy Fino, que colocou Portugal na lista dos grandes produtores internacionais de tapeçaria artística, e enaltece também a arte contemporânea.

Com áreas para exposições permanentes e temporárias, o espaço fica situado entre as muralhas medieval e setecentista da cidade.

No piso térreo do museu é possível conhecer a história e a técnica de execução das tapeçarias de Portalegre, enquanto no primeiro piso estão expostas obras de tapeçaria desde os finais da década de 1940 até à atualidade.

Neste espaço podem ser também apreciadas obras de vários autores, como Almada Negreiros, António Charrua, António Dacosta, Carlos Botelho, Eduardo Nery, Emília Nadal, Graça Morais, Jorge Martins, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Manuel Amado, Manuel Cargaleiro, Menez, Nadir Afonso, Vieira da Silva, Bruno Munari, Jean Lurçat e Le Corbusier.

O museu possui ainda uma divisão alternativa para exposições e um auditório com capacidade para 112 pessoas, além de um jardim e espaços públicos com capacidade de adaptação a diversas atividades de caráter cultural, artístico e lúdico.

Ao longo de duas décadas, tem também acolhido exposições consideradas “emblemáticas” pelo município, tais como a “Tapeçaria e desenho”, de Cruzeiro Seixas, “A garota do Calhau”, de Nini Andrade Silva, “Vieira da Silva e outros retratos”, de João Cutileiro, e mostras dedicadas a Almada Negreiros e Maria Keil.

 

Fotografia de cm-portalegre.pt