23 Dezembro 2023      11:46

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Pedreiras e escombros e a insustentável leveza do rolo compressor

O PSD, através da eleita na Assembleia da República pelo círculo de Évora, apresentou para o distrito e região, um conjunto de propostas concretas e direcionadas às necessidades do território, todas reprovadas pelo PS!
Uma delas dirigida a um problema estrutural do distrito de Évora, na chamada zona dos mármores: os escombros das pedreiras e requalificação das suas zonas envolventes.

O setor dos recursos minerais em Portugal, é caracterizado pela sua enorme diversidade e riqueza.

No caso do subsetor da pedra natural, a variedade e qualidade das rochas ornamentais portuguesas, a par do know-how transformador desta indústria, têm contribuído para a sua valorização e competitividade e potenciado um crescimento sustentado, desde o ponto de vista da inovação nas aplicações da pedra natural até ao posicionamento internacional em projetos de alto valor acrescentado.

Nos últimos dois anos, as exportações da pedra natural apresentaram taxas de crescimento de 17% e 13%, em 2021 e 2022, respetivamente, os melhores anos de sempre, com um total de quase 493 milhões de euros de volume de negócio internacional em 2022, que coloca Portugal no top 7 Mundial e top 3 Europeu atrás da Itália e Espanha, com uma relevância acrescida no Produto Interno, pela baixa incorporação de matéria-prima importada.

Nos últimos dez anos, o setor destacou-se por investir em conhecimento e profissionais qualificados, tecnologia com foco na transição energética e digital, e tem apostado em estratégias de promoção internacional, nomeadamente ao nível do marketing e comunicação orientadas para a exportação.

Pretende-se fomentar a pedra natural do Alentejo junto dos mercados interno e externo, com vista ao aumento das suas múltiplas utilizações, além de uma reflexão sobre a sua utilização no património, na arquitetura e na arte, numa lógica de inovação, empreendedorismo, internacionalização e desenvolvimento sustentável.

E neste âmbito, é importante e até fundamental, do ponto de vista ambiental, promover programas e apoios no que concerne à reciclagem do desperdício e escombros e a sua reutilização sustentável, sendo premente a aposta em novas áreas tecnológicas que permitam a transformação dos escombros em subprodutos, mas também a requalificação das áreas das pedreiras abandonadas, que abundam na região Alentejo, (tendo-se assistido já ao desmoronamento de uma estrada provocada pela atividade extrativa e ausência de fiscalização do Estado) em renovados espaços públicos verdes, com recurso à replantação de espécies autóctones.

É de toda a justiça a preservação do ambiente e da paisagem alentejana e dos habitats naturais, preponderantes na requalificação destas áreas.

 E, por isso, enquanto eleita pelo PSD no distrito de Évora, na Assembleia da República, propus que o governo promovesse, durante o ano de 2024, o lançamento de um programa de apoio à requalificação da paisagem envolvente e aproveitamento de escombros provenientes da atividade extrativa da pedra natural do Alentejo, em articulação com os agentes/empresas da atividade respetiva, associações representativas do setor, autarquias e Universidade de Évora, que fomente simultaneamente a reutilização do desperdício e projetos ambientalmente sustentáveis direcionados aos escombros e à requalificação da paisagem. Evidentemente que o rolo compressor, ainda compressor, reprovou uma proposta essencial e urgente para a nossa zona dos mármores.

Não desistimos do Alentejo! Não desisto!