8 Junho 2023      09:59

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Grândola promove Encontro da Canção de Protesto

Victor Jara, poeta, cantor, compositor, músico, professor, diretor de teatro e ativista político chileno

A partir de amanhã, sexta-feira (09), e até ao próximo domingo (11), Grândola promove o Encontro da Canção de Protesto, que vai contar com concertos, sessões testemunhais e cinema e vai ter em destaque o papel da música na luta contra as ditaduras no espaço ibero-americano, nota a agência Lusa.

Esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Grândola, no âmbito do Observatório da Canção de Protesto, junta músicos, nacionais e internacionais, e diversas figuras do universo da canção de protesto “em três espaços emblemáticos da vila morena”.

“Este ano destacamos o caso chileno que assinalou os 50 anos da ascensão de Pinochet ao poder e o caso português, com o ato preparatório do próximo ano que será dedicado aos 50 anos do 25 de Abril”, referiu Carina Batista, vice-presidente do município, à Lusa, acrescentando que a 5.ª edição do Encontro da Canção de Protesto pretende “valorizar todas estas lutas” e alertar o público, especialmente o mais jovem, para o facto de a “liberdade individual e não só poder estar comprometida”.

“Não podemos esquecer as lutas que foram travadas pelos nossos antepassados. Temos, sobretudo, que alertar a juventude para este perigo e a melhor forma de tocarmos as pessoas e de falarmos a uma só voz é precisamente através da música e da cultura”, salientou.

De acordo com a organização, o encontro arranca com a inauguração da exposição “A Canção de Protesto e as Ditaduras Ibero-Americanas”, pelas 18:00, e prossegue com o concerto de A Garota Não, realizado na Biblioteca e Arquivo de Grândola.

Mais tarde, a partir das 22:00, realiza-se, no Jardim 1.º de Maio, o concerto de Estravagarios, grupo que junta membros históricos de Quilapayún, conjunto emblemático ligado ao movimento Nueva Canción Chilena, que foi dirigido por Victor Jara, a figura em principal destaque nesta edição.

No sábado (10), o programa tem início às 11:30, hora a que começa a sessão testemunhal “Música e Resistência na Ditadura Franquista”, que se realiza no Cineteatro Grandolense e na qual vão estar presentes Arturo Reguera, Bernardo Fuster, Miro Casabella e Sara Maia na moderação.

Às 15:00, há cinema documental, com a exibição de “El Derecho de Vivir en Paz”, um documentário de Carmen Luz Parot dedicado a Victor Jara. Para mais tarde, às 17:00, está marcada a sessão testemunhal “A Canção de Protesto na América Latina”, que conta com Luís Cília, Patricio Castillo, Rodolfo Parada, Patricio Wang e Nuno Pacheco na moderação.

Às 21:30, tem início, no Jardim 1.º de Maio, o concerto de Miro Casabella, cantor e compositor da Galiza que fez parte do coletivo Voces Ceibes e colaborou com José Mário Branco, tendo igualmente atuado com Paco Ibáñez, Luís Cília e José Afonso. Às 22:30, é a vez de Vitorino entrar em palco.

No último dia deste encontro, domingo (11), há, às 10:00, uma sessão de cinema para os mais novos. Esta sessão intitula-se “Cantamonitos” e conta com a transmissão de 13 curtas-metragens de animação em ‘stopmotion’ sobre as canções da América Latina. 

Pelas 11:30, realiza-se a sessão testemunhal “Canção de Protesto: dos Últimos Anos da Ditadura aos Cinquenta Anos do 25 de Abril. Como Evocar?”, na qual participam Luiz Pedro Faro, José Neves, Joaquim Vieira, Irene Pimentel e Mário Correia na moderação.

O encerramento do Encontro da Canção de Protesto está marcado para as 15:30, altura em que se realiza um concerto evocativo do Primer Encuentro de la Canción Protesta (que teve lugar em Cuba, no ano de 1967), com os músicos da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense e Adélia Botelho.

Os objetivos do Observatório da Canção de Protesto são estudar, salvaguardar e divulgar o património musical tangível e intangível da canção de protesto que foi produzido nos séculos XX e XXI, através da realização de diversas iniciativas de âmbito cultural. 

 

Fotografia de observador.pt