A chuva dos últimos dias tem dado “alguma esperança” aos agricultores do distrito de Portalegre que, devido à seca, continuam a recorrer à compra de alimentos para os animais.
Em declarações à agência Lusa, Fermelinda Carvalho, presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), garante que “a situação não se altera” com a chuva que caiu ontem, mas “de qualquer maneira devo dizer que é muito benéfica para a ‘não pastagem’ que existe”.
A compra de alimentos para os animais, principalmente em Espanha e França, a preços considerados “proibitivos”, é uma situação que “está longe de ficar resolvida”, mesmo que as pastagens comecem agora a reagir com as chuvas dos últimos dias.
“Está longe de estar resolvido, mesmo que as pastagens comecem agora a reagir com o efeito destas chuvas”, disse a responsável.
Segundo a dirigente, “demora muito tempo” para que as pastagens “se desenvolvam ao ponto de poderem ser pastoreadas pelos animais”.
“Ainda temos mais uns tempos de comida à mão”, assinalou, realçando que alimentar o gado à mão tem sido um processo “bastante oneroso” para os empresários do setor e os animais “ficam a peso de ouro” para produtores os manterem.
A presidente da AADP lembrou que, “há um ano, praticamente, que se está alimentar os animais à mão”.
No entanto, “há cerca de um mês” começaram a surgir as primeiras pastagens naturais, as semeadas e os prados e a chuva que tem caído nas últimas horas “é muito bem-vinda” e vai ter “efeitos” dentro de pouco tempo.
“Para as terras que estão semeadas é muito positivo. Agora, para as reservas de água, que também não era o maior drama no ano [agrícola] que está a terminar, não. O maior drama era ausência de água nos solos”, acrescentou.
Contudo, a presidente da AADP alertou que um ano de seca “já ninguém tira” aos agricultores, bem como “os efeitos e os prejuízos” que sofreram. “Mas vamos ver como vem o novo ano agrícola que agora se inicia”, disse, com expetativa.
Fermelinda Carvalho recordou ainda que a maioria dos agricultores “ainda não semeou nada”, mas a chuva recente “é muito benéfica” para a preparação das terras, as quais estão “muito ressequidas, muito duras”.