Agricultores

A chuva dos últimos dias tem dado “alguma esperança” aos agricultores do distrito de Portalegre que, devido à seca, continuam a recorrer à compra de alimentos para os animais.

Em declarações à agência Lusa, Fermelinda Carvalho, presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Portalegre (AADP), garante que “a situação não se altera” com a chuva que caiu ontem, mas “de qualquer maneira devo dizer que é muito benéfica para a ‘não pastagem’ que existe”.

O Alqueva vai fornecer mais 30 milhões de metros cúbicos de água aos agricultores dos perímetros de rega do empreendimento, devido à seca.

A informação foi adiantada por José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), que disse à Lusa que este aumento da dotação de água para rega inicialmente prevista se deve à situação de seca que a região atravessa.

Desde a pandemia de covid-19 que a procura e os preços do gado bovino têm sofrido alterações, contudo, a subida dos fatores de produção e eventuais problemas com exportações têm sido um obstáculo aos produtores.

Em declarações à agência Lusa, Diogo Pestana de Vasconcelos, empresário agrícola da Agrosava, explica que os preços das matérias-primas “estão a ser um verdadeiro peso para toda a atividade”.

Em 2009 havia, no Alentejo, 29.292 produtores agrícolas singulares, enquanto que no último recenseamento agrícola, eram 26.657, ou seja, menos 2.635 agricultores, o que traduz uma redução de nove por cento.

De acordo com a Rádio Pax, cerca de metade destes produtores têm mais de 65 anos de idade. Só no distrito de Beja, em 2009, estavam recenseados 10.154 agricultores, e agora são 9.952, o que representa uma diminuição de dois por cento. Este valor é cinco vezes inferior à média regional, e é em Serpa que se regista a maior quebra.