27 Novembro 2023      12:49

Está aqui

Alentejo é a região mais forte no comércio regional

A maioria das regiões do território nacional são deficitárias em termos de comércio inter-regional, à exceção de Lisboa e do Alentejo, que exportam mais do que importam para as restantes regiões.

Segundo o jornal ECO, o estudo “Comércio inter-regional em Portugal”, desenvolvido pela Faculdade de Economia de Coimbra para o Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP), refere que “embora as exportações internacionais tenham vindo a aumentar de forma consistente, o comércio inter-regional é fundamental para a economia nacional, apresentando valores da mesma ordem de grandeza do comércio internacional”.

Tendo por base o ano de 2017 e uma amostra de 431 produtos produzidos por 125 ramos de atividade, só na região da área metropolitana de Lisboa e na região Norte, as trocas comerciais inter-regionais (importações e exportações) representavam, em média, 81% da riqueza criada anualmente nessas regiões.

No entanto, nem todas as regiões se comportam da mesma maneira: a maioria apresenta saldos comerciais deficitários.

De acordo com o estudo da PlanAPP, a área metropolitana de Lisboa (AM de Lisboa) e o Alentejo são as regiões que se mostram mais fortes no comércio regional. São as únicas a apresentarem um saldo comercial inter-regional positivo, ou seja, que conseguem exportar mais bens mais do que aqueles que importam das restantes regiões.

No caso do Alentejo, além de ser uma das duas únicas regiões a apresentar um excedente comercial inter-regional, contabilizando 75 euros de importações por cada 100 euros de bens exportados, era também a região que em 2017 menos dependia das restantes seis regiões, ao apresentar um excedente do comércio intra-regional equivalente a 19% do VAB região.

O mesmo estudo indica ainda que, em termos do valor das exportações inter-regionais na região, se destacaram quatro produtos: bens alimentares, bebidas e tabaco; produtos de coque e refinados petrolíferos, produtos agrícolas, floresta e pesca, e eletricidade, gás, vapor e ar frio.

Em conjunto, estes produtos “representam cerca de dois terços das exportações inter-regionais (8 474 milhões de euros) e um quinto da produção total da região (25 066 milhões de euros)”, referem os investigadores.

Além disso, o Alentejo é também a única região do país que regista um excedente da sua balança comercial (que agrega o comércio intra-regional e o comércio internacional).

“Ainda assim, o contributo das balanças aqui analisadas é distinto, já que tanto a balança internacional de bens e serviços como a balança de bens e serviços relacionados com turismo registam um saldo deficitário, sendo o excedente da balança inter-regional que anula os défices das restantes visto que a região Alentejo é, maioritariamente, exportadora para o território nacional”, referem os autores do estudo da PlanAPP.