16 Agosto 2023      10:37

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Abate de sobreiros em Sines será “difícil de compensar”

João Rui Ferreira, secretário-geral da APCOR

A Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) alertou que o abate de sobreiros para a construção de um parque eólico em Sines provoca “danos de curto prazo” que “serão difíceis de compensar”, por serem árvores adultas.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, a APCOR afirma que este abate “causa grande apreensão entre os agentes da fileira, devido ao impacto direto e indireto que terá sobre o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, mas, sobretudo, porque os danos de curto prazo serão difíceis de compensar visto serem árvores adultas”.

A associação, que representa cerca de 250 empresas do setor, expressa “profunda preocupação” com o abate, já autorizado pelo Governo, de 1821 sobreiros para a construção do Parque Eólico de Morgavel, no concelho de Sines.

“A preocupação é ainda maior pois esta é mais uma decisão que aumenta o número de sobreiros abatidos em Portugal, que pode ascender a mais de 35 mil, desde o ano de 2011”, adianta a entidade.

Neste sentido, a APCOR solicita ao Governo uma reflexão para que sejam avaliados “possíveis equilíbrios ou alternativas” entre a construção do parque e a preservação dos sobreiros.

João Rui Ferreira, secretário-geral da APCOR, lembra “a existência de um objetivo nacional assumido de preservação do sobreiro como árvore símbolo nacional” e dos montados pelo seu “potencial atual e futuro no alinhamento com a estratégia nacional de neutralidade carbónica”.

Note-se ainda que um grupo de cidadãos se manifestou contra esta decisão do Governo, ontem, terça-feira, na praia de Morgavel, seguindo-se uma caminhada até ao montado, junto à barragem com o mesmo nome.

Esta manifestação foi promovida por um grupo denominado “Vamos salvar os sobreiros” e por associações ambientalistas.

 

Fotografia de vidarural.pt