22 Julho 2023      08:31

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Crato: Barragem do Pisão com cerca de 70ME de investimento nas infraestruturas primárias

Joaquim Diogo, presidente da Câmara Municipal do Crato
Joaquim Diogo, presidente da Câmara Municipal do Crato

O concurso público internacional para a construção de infraestruturas primárias da Barragem do Pisão vai ser lançado em breve, num investimento de cerca de 70 milhões de euros, disse o presidente da Câmara do Crato (distrito de Portalegre).

“Vamos, dentro das próximas semanas, lançar o concurso público internacional, cerca de 70 milhões de euros, para a construção das infraestruturas primárias (paredão da barragem, mini-hídrica e componentes destas infraestruturas)”, disse Joaquim Diogo.

O autarca falava no Crato, na conferência “Gestão da Água: Futuro Sustentável”, promovida pela empresa Águas do Alto Alentejo.

“Estamos neste momento a lançar concurso para um processo, que eu considero o processo mais complexo que vamos enfrentar nos próximos tempos, que é o processo de expropriações e indemnizações relativamente àquilo que é a zona inundada e àquilo que é a nova aldeia do Pisão”, disse.

O Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato, também conhecido por Barragem do Pisão, vai envolver um investimento total de 171 milhões de euros, dos quais 120 milhões estão inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) é a responsável pela execução do projeto e, segundo o cronograma submetido à Comissão Europeia, as obras de construção da Barragem do Pisão estarão terminadas em julho de 2026. Com a empreitada, a aldeia do Pisão ficará submersa.

De acordo com o Governo, a barragem vai permitir “regar cerca de 5.500 hectares” e vai ainda garantir o abastecimento às populações (cerca de 55 mil pessoas) dos concelhos de Alter do Chão, Avis, Crato, Fronteira, Gavião, Nisa, Ponte de Sor e Sousel.

No decorrer da conferência, Joaquim Diogo criticou a ação de associações ambientalistas em relação à construção da barragem, sublinhando que as entidades responsáveis nunca rejeitaram trabalhar neste projeto com todas as entidades interessadas.

“Nunca nos furtámos a trabalhar com quem quis trabalhar connosco, com quem esteve e quis dar opinião sobre a Barragem do Pisão, mesmo no impacto ambiental. Não trabalhamos com quem nunca quis trabalhar connosco e apenas emite opiniões e nunca quis fazer parte do processo”, lamentou.

“Ao fim deste tempo todo, seria extraordinariamente positivo que quem tem de facto alguma posição relativa àquilo que é o ambiente, àquilo que é a parte ambiental, desde associações a agências, mudasse o ‘chip’ e quisesse fazer parte dos processos”, acrescentou.

O autarca sublinhou que o projeto “cumpriu rigorosamente todas as normas” ao nível do estudo de impacto ambiental e destacou ainda a forma como as entidades locais têm trabalhado “afincadamente” com a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

 

Fotografia de jornalaltoalentejo.sapo.pt