20 Outubro 2023      12:05

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Conclusão do novo hospital em Évora adiada para fim de 2024

Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara Municipal de Évora

O presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou ontem, quinta-feira (19), ter sido informado sobre o adiamento da conclusão das obras do novo Hospital Central do Alentejo, atualmente em construção na cidade, para o final do próximo ano, noticia a agência Lusa.

“Não acreditei naqueles prazos que foram dados, porque pareciam manifestamente impossíveis de cumprir”, disse o presidente, em conferência de imprensa dos presidentes de câmara da CDU no distrito de Évora dedicada à área da saúde.

Carlos Pinto de Sá, que recordou que estava previsto que a empreitada do novo hospital estivesse concluída no final deste ano ou no início de 2024, fez agora saber que lhe transmitiram a informação de que a conclusão desta obra “foi adiada para final de 2024”.

“Não fomos informados sobre os motivos, mas o atraso terá a ver com o andamento da obra”, revelou, acrescentando que o novo prazo lhe foi comunicado por responsáveis da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo e do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).

Também durante o dia de ontem, a Lusa contactou a presidente da ARS do Alentejo, Maria Filomena Mendes, que confirmou que “a empreitada vai estender-se por mais alguns meses” em relação ao que estava previsto, embora não tenha indicado qualquer data.

A responsável avançou ainda que o atraso está relacionado com “circunstâncias que acabaram por ter impactos nas obras e que têm a ver com a pandemia [de covid-19], o aumento da inflação e dos custos dos materiais de construção e a guerra na Ucrânia”.

Ainda na conferência de imprensa, Carlos Pinto de Sá revelou que, durante uma das suas mais recentes visitas à empreitada, foi dada a informação de que “a obra estava ao nível dos 20% de execução”, tendo sido indicado que nesta altura “haveria um salto muito significativo” nos trabalhos.

“Em rigor, continuamos com algumas dúvidas de que, no fim de 2024, a obra física possa estar concluída”, salientou o presidente.

O autarca revelou também preocupação em relação à construção das acessibilidades e da rede de saneamento do novo hospital.

As verbas fixadas num protocolo firmado entre a Câmara Municipal e o Governo para a construção dessas infraestruturas “precisam de ser corrigidas”, uma vez que o valor previsto no acordo “é cerca de metade” dos aproximadamente 11 milhões de euros que são necessários, sublinhou.

Além disso, “continuam por se fazer as expropriações e a tomada de posse dos terrenos” privados onde vão ser feitas essas construções e, sem esse processo, “não é possível fazer a obra”, avisou.

Carlos Pinto de Sá mostrou-se igualmente preocupado com “um despacho do Governo que remete para o HESE a responsabilidade” da compra dos equipamentos para o novo hospital, porque “não há verbas no programa regional [Alentejo 2030] para garantir o avanço desse concurso”.

“Podemos ter um atraso muito significativo na aquisição dos equipamentos para o hospital”, alertou, considerando que existe nesta decisão uma “tentativa de desresponsabilização” por parte do Governo.

Sobre as acessibilidades e infraestruturas, a presidente da ARS do Alentejo afirmou ver com “preocupação o facto de o concurso ainda não ter sido lançado”, mas considerou que a questão da posse dos terrenos poderá ser resolvida até à consignação da obra.

“Poderá até haver aquisição amigável, que é o que está em curso com os proprietários dos terrenos”, informou a responsável, acrescentando que “a maior proporção do terreno é do Estado”.

Acerca da hipótese de ser necessário proceder à revisão dos valores para as infraestruturas, Maria Filomena Mendes salientou que “existe o compromisso por parte do Governo de atender a essa questão”.

Carlos Pinto de Sá assumiu também, em declarações aos jornalistas, ter dúvidas acerca das vantagens de ser criada uma Unidade Local de Saúde (ULS) para a região do Alentejo Central, que afirmou estar em andamento, argumentando temer que isso represente “uma centralização de meios”.

Neste encontro, que contou também com a presença da presidente da Câmara Municipal de Arraiolos, Sílvia Pinto, o autarca eborense deixou ainda uma referência às falhas nas extensões e centros de saúde e no HESE, devido à falta de profissionais, exigindo ao Governo “medidas estruturais para a salvaguarda e reforço do Serviço Nacional de Saúde”.

 

Fotografia de oatual.pt