23 Abril 2024      10:24

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Comissão Vitivinícola Alentejana garante que não há vinhas a mais

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) considerou que o país não possui vinhas em excesso, após o ministro da Agricultura ter declarado ao jornal Público que pretende colocar “um travão” nos apoios à plantação de vinhas.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da CVRA, Francisco Mateus, recordou que as vinhas são plantadas por iniciativa dos empresários e dos produtores, que “certamente farão as contas necessárias” para chegarem à conclusão se devem ou não plantar mais nos terrenos.

“Eu acho que nós não temos vinhas a mais, nós podemos é, em determinados momentos, estar com um excesso de produção ou com um excesso de ‘stock’ que tem a ver com anos melhores em termos de produção, tem a ver também com a diminuição de vendas”, disse o presidente.

Francisco Mateus acrescentou que “há momentos em que as situações agudizam”, mas o “problema grande” é quando esse agudizar de situação “conduz a situações estruturais” que depois não se conseguem resolver facilmente no setor.

“Eu penso também que o alerta do senhor ministro é para isso, temos que repensar as várias medidas que temos em cima da mesa, os efeitos que elas estão a ter para tentarmos ter um futuro mais equilibrado em termos de produção da vinha e depois em termos de comércio”, defendeu.

Em entrevista ao jornal Público, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, referiu que Portugal tem um problema com o “stock” de vinho por escoar e que é preciso “um travão, caso contrário estamos a deitar dinheiro fora”.

Para Francisco Mateus, o ministro da Agricultura fez, no decorrer da entrevista, uma “interpretação irrealista” dos dados, nomeadamente no que diz respeito ao programa Vitis, uma medida de apoio à reestruturação e reconversão de vinhas.

O Vitis, segundo relembrou o presidente da CVRA, “aprova a reestruturação ou conversão de vinhas”.

“O senhor ministro na entrevista faz também uma referência à questão climática, e muito bem, e eu vejo que dentro da medida do Vitis existe a possibilidade de financiar essa adaptação, do Vitis financiar a introdução de sistemas avançados de produção sustentável. O Vitis não deve ser visto como um problema, mas parte da solução”, concluiu.

 

Fotografia de grandesescolhas.com