3 Julho 2023      10:52

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Barragem do Monte da Rocha não enche há 10 anos

A barragem do Monte da Rocha, em Ourique, fornece água para todo o Baixo Alentejo mas está a 9% e não enche há uma década.

De acordo com a agência Lusa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) monitoriza 75 albufeiras e segundo os dados atualizados na semana passada, a maior parte delas (40) estavam com uma capacidade entre os 81 e os 100%.

Em relação à retenção de água sobressaem três, com menos de 20% de água: Bravura (12%), no concelho de Lagos, Campilhas (10%), em Santiago do Cacém, e a pior, Monte da Rocha a 9% da capacidade.

Construída para abastecimento humano e rega, Monte da Rocha nem chegou este ano a disponibilizar água para rega, tal a pouca água que armazenou, destinada apenas a servir os concelhos de Castro Verde, Ourique, Almodôvar, Mértola e Odemira, que num total têm mais de 50 mil habitantes.

Em fevereiro deste ano foi publicado o concurso para a obra que fará chegar a água de Alqueva a Monte da Rocha, prevista para 2025.

Contudo, Ilídio Martins, presidente da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, com base em dados técnicos, garante que água não faltará nos próximos anos.

“Temos reserva para mais um ano, mas esperamos que aquela reserva que lá está seja acrescida com alguma chuva e que haja precipitação no próximo inverno, porque seria muito mau se isso não acontecesse”, afiança o responsável.

A associação abrange os concelhos de Santiago do Cacém, Odemira e Ourique, mas Ourique praticamente não tem água para regar e parte de Santiago também não.

A associação gere cinco albufeiras, duas das três que estão “no vermelho”: Campilhas além de Monte da Rocha. Campilhas encheu pela última vez em 2013 e a água deste ano é apenas para rega de emergência e para dar de beber aos animais.

Ilídio Martins afirma que Monte da Rocha tem apenas 9,5 milhões e metros cúbicos de água, que este ano nem sequer abriu para a agricultura, mas que decorre o concurso público para a execução da obra e que dentro de dois anos a água de Alqueva pode chegar ali.

 

Fotografia de jornalismodocumental.pt