4 Agosto 2021      11:27

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VIVA, uma nova ordem e uma nova voz para Alcáçovas!

A bonita e histórica vila de Alcáçovas, sedeada no Alentejo Central, a trinta quilómetros da sua capital Évora, freguesia do concelho de Viana do Alentejo com aproximadamente 2100 habitantes, é um sítio com várias aptidões e virtudes que podem e devem trazer visitantes a conhecê-la melhor ou mesmo novos residentes que aqui queiram encetar seus projectos de vida.

Por outro lado, é competência de quem gere o território nacional, seja através do poder central ou local, neste caso pelas mãos do municipalismo zelar pelo desenvolvimento sustentável da sua terra, criando novas oportunidades de emprego e de projectos de vida que fixem populações e criem florescimento e desenvolvimento económico-social das respectivas terras. Só assim se pode combater a desertificação dessas terras, tornando-as verdadeiros polos atractivos e de desenvolvimento regional.

A vila de Alcáçovas é uma terra com inúmeras potencialidades e atractividades, bem como beneficiária de uma geo-localização única que lhe poderia trazer maior interesse e dinâmicas económicas e sociais de visitantes e futuros residentes.

Se é certo que muitas vezes existem decisões e investimentos que carecem de alcance regional ou até do poder central, torna-se fundamental que os protagonistas locais saibam defender intransigentemente os interesses e direitos da sua população.

Se a essa incapacidade juntarmos investimentos e estratégias erradas gizadas para o território onde intervimos o desfecho de insucesso parece tornar-se inevitável.

A classe política deverá ser indefectivel defensora do seu território, aparte dos partidarismos  e subserviências quase insanáveis que temos em Portugal, mas para além desse desiderato é imprescindivel termos dirigentes de qualidade, com estratégias concisas e com humildade para fazer as leituras que a realidade  lhe impõe.

E é essa realidade que não parece ser especialmente favorável ao concelho de Viana do Alentejo, nem à freguesia de Alcáçovas.

Muito recentemente, nos dados preliminares dos Censos 2021 tomámos consciência da gravidade da perda populacional de Portugal, realidade maximizada nos territórios de interior, onde salta o Alentejo à cabeça. O concelho de Viana do Alentejo por exemplo, tem população residente em 2021 5323 habitantes, menos 420 pessoas do que no anterior Censos de 2011, ou seja, perdeu 7.3% da sua população em 10 anos. Perda esta que não é casuística, nem novidade. Se atentarmos aos dados estatísticos da população do concelho de Viana do Alentejo esta tem estado em perda, grosso modo desde 1950, quando o município tinha mais 83.71% da actual população, ou seja, 9779 habitantes. É necessário para os actuais dirigentes locais fazer a devida análise do diagnóstico demográfico, econónico e social do concelho e nessa ponderação criar medidas mitigadoras dessa realidade, contrariando-a com a oferta de condições de vida e habitabilidade que seduzam novos moradores. Nessa ordem de raciocínio torna-se imperiosa a criação de um plano local para o apoio à natalidade e fixação de pessoas, com medidas concretas de apoio a jovens casais com filhos ou ao regresso de novos quadros superiores com bolsas os prémios de mérito para a criação de emprego próprio.

Ainda relativamente a números pouco animadores na área demográfica, Viana do Alentejo tinha 1078 jovens em 2001 matriculados no ensino geral e apenas 733 em 2019. E o Saldo Natural em 2020 era negativo, ou seja, o número de nascimentos e ainda do Saldo Migratório não compensa o número de óbitos no concelho.

Depois, sabemos pela dura e implacável realidade dos números que a Taxa de Mortalidade em 2020 no concelho foi de 19,7% o 4º mais alto do distrito de Évora e que a Taxa de Mortalidade Sénior foi também em 2020 de 21%, muito acima da média nacional. Urge naturalmente actuar perante estes números e alterar esta realidade, tendo uma especial atenção pelas populações mais idosas e fragilizadas em plena concertação com a devida capacidade operacional na área da saúde na freguesia de Alcáçovas e concelho de Viana do Alentejo,

Verificamos também, através do tratamento estatístico de dados do concelho de Viana do Alentejo que o município em 2020 tinha 208 desempregados, mais 25% face a 2019 o que se traduziu num valor de 6.2% da taxa de desemprego em 2020, acima da média nacional de 5.8%, revelando que pese embora a circunstância muito dramática do Covid19, o concelho não se preparou devidamente para esta pandemia, nomeadamente na salvaguarda de postos de trabalho locais.

Sabemos também pelas notas estatísticas que o sector de actividade mais relevante no concelho, pelo menos com mais pessoas ao serviço em percentagem em 2019, foi o sector da Agricultura, Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca, com 25,2% do conjunto de todas as actividades económicas no concelho.  Através dessa simples leitura tornar-se-ia natural numa clara e aprimorada Estratégia Local para o Desenvolvimento Económico do concelho, evocando todas as áreas de criação e expansão económica local, o apoio a este sector, reforçando as suas capacidades e criando mais postos de trabalho e rendimentos para os munícipes. Mas é fundamental a atenção para os números e a vontade política para alterar o status quo vigente.

Se é verdade que o poder de compra de Viana do Alentejo é ainda 79,3% do rendimento nacional, pode garantidamente o concelho com as suas freguesias e através das suas potencialidades humanas, dos recursos económicos e naturais e da sua privilegiada localização, obter a médio prazo um valor acima da média nacional.

O cenário parece muito pouco animador e se acrescentarmos a estas “desatenções” dos responsáveis políticos locais, nomeadamente quem lidera o município, a falta de voz política junto do poder central, vulgo Governo para lhe dar a conhecer uma clamorosa falta de investimento estatal em serviços públicos, seja nas acessibilidades rodo-ferroviárias, como em serviços de saúde de qualidade e de atendimento e vigilância das autoridades de segurança pública, nomeadamente da GNR, veríamos quase como impossível que pessoas estranhas ao concelho tenha escolhido este território para sua morada permanente ou simplesmente de férias.

Acontece e que apesar de todos estes constrangimentos que dificultam a escolha do concelho de Viana do Alentejo e, no caso particular de Alcáçovas, existem pessoas que aqui desejam viver ou simplesmente passar férias pela riqueza humana da terra, da sua história fantástica, de aprazível paisagem e da gastronomia e doçarias singulares.  Imaginam como poderia ser Alcáçovas com uma liderança forte, renovada, objetiva e reivindicativa dos interesses da sua população e território?

É este passo que poderemos dar em Setembro, fazendo uma escolha entre os suspeitos do costume que desde 1976 tomaram a liderança do concelho de Viana do Alentejo e da freguesia das Alcáçovas e que deixaram o município chegar a esta realidade e em gente que deseja que se VIVA em Aguiar, Alcáçovas e Viana do Alentejo com a dignidade de um português de plenos direitos, usufruindo de serviços públicos de qualidade, que tenha acessibilidades para a sua vida mundana ou para as necessidades profissionais ou ainda para estimular a vinda de mais visitantes ao nosso território, que se sinta seguro na sua terra, tendo infraestruturas e recursos humanos na saúde compatíveis com as suas necessidades e agentes de autoridade confiantes e capacitados e com condições para desempenharem na máxima força a sua missão. Mas será também uma escolha em quem pensa o concelho e as suas freguesias e definiu estratégias concertadas para todas elas e em solidariedade para com o município de forma a que a realidade se possa inverter, criando valor acrescentado, mais emprego e as apostas certas no investimento municipal.

É nesta leitura e neste afã que me sinto absolutamente comprometido com o projecto VIVA onde, para além das ideias, das pessoas e da vontade de colocar o concelho no lugar que verdadeiramente merece estar, existe a firmeza de clamar junto do poder central tudo aquilo a que esta população tem direito.

Nota: Todos os dados estatísticos aqui reportados poderão ser devidamente corroborados através do PORDATA ou do INE