28 Fevereiro 2019      12:41

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Culto ao Vinho de Talha está a nascer na Vidigueira

O vinho da talha consiste num modo tradicional e biológico de fazer vinho onde as enormes talhas de barro são de importância fulcral na sua realização. Neste processo de vinificação desenvolvido pelos romanos, as uvas esmagadas são colocadas dentro das talhas de barro e ficam a fermentar, durante meses, em cima das massas formadas pelas películas do fruto. Saindo depois o líquido, através de uma torneira, límpido e puro.

Este método milenar de fazer vinho é hoje tema da segunda tertúlia da Confraria dos Saberes, das Artes e dos Sabores, em Vila de Frades, Vidigueira. “Vinho de Talha. O Vinho do Trabalho” é tema de encontro entre especialistas e apreciadores e serve para aprofundar o conhecimento daquele vinho único e as redes de quem o promove e começa às 18h30, seguido de jantar, acompanhado co cante do grupo dos Cantadores do Cabeço do Diabo.

Em 2011, o vinho da talha recebeu a Denominação de Origem Alentejo, pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana e a produção anual, à época, era de 3.200 litros.

Em 2015, o vinho da talha alentejano foi exportado para Estados Unidos, o Brasil, Angola e Suíça.

Até à atualidade, os fãs da Talha cresceram e são produzidos atualmente mais de 40 mil litros anuais.

A Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito desenvolveu um novo projeto em redor deste modo de processar o vinho e voltou a produzir um vinho à maneira tradicional; um vinho da talha feito exclusivamente a partir de 6 ha de vinhas de uvas provenientes de vinhas centenárias - muitas anteriores a 1930 – das castas -  das castas tradicionais Antão Vaz, Roupeiro, Manteúdo, Diagalves, Larião e Perrum, e com um processo de vinificação já usado pelos romanos.

O Vinho da Talha até já teve direito – na 1ª Mostra de Património Alentejano, em Cuba - a uma Exposição sobre “O vinho de talha – uma tradição ancestral” e à 1ª Conferência “O vinho de talha – Uma herança viva no Alentejo”.

 

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