10 Setembro 2020      11:31

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Utentes de Ferreira do Alentejo exigem mais da Rodoviária do Alentejo

Um movimento de utentes de Ferreira do Alentejo contestou a redução da oferta de serviço público de transporte rodoviário que serve o concelho devido à pandemia de covid-19, exigindo “mais e melhores transportes”.

Em declarações à Lusa, Paulo Conde, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Ferreira do Alentejo, afirmou que, “devido à covid-19, houve uma redução drástica” da oferta de transporte público rodoviário que serve a população em deslocações dentro e para fora do concelho.

De acordo com o responsável, a concessionária dos serviços públicos de transporte rodoviário de passageiros existentes no Baixo Alentejo, a empresa privada Rodoviária do Alentejo, “suprimiu várias carreiras”.

“Há poucos transportes e em horários que não servem as necessidades da população”, lamentou Paulo Conde, sublinhando que o movimento “não compreende que, após o início do desconfinamento”, a população do concelho “continue privada de várias carreiras”, porque “já estão reunidas algumas condições para repor e até aumentar o número de carreiras”.

Esta situação levou o movimento a realizar, na passada terça-feira, dia 8 de setembro, ma tribuna pública na vila de Ferreira do Alentejo para os utentes exigirem “mais e melhores transportes” e “um maior respeito por quem precisa de transporte público”.

Nesta tribuna, o movimento aprovou uma moção a exigir à autoridade de transporte público da região, a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), e à Rodoviária do Alentejo que “tomem as providências e medidas adequadas para resolver o problema”.

Adicionalmente, o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Ferreira do Alentejo acrescenta que “é uma responsabilidade de todos garantir o distanciamento físico, mas a atividade económica tem de continuar e tem de ser dada resposta às necessidades de deslocação das pessoas”, até porque “são os mais carenciados que mais necessitam de usar os transportes públicos”.

Paulo Conde referiu que o movimento já reuniu com a Rodoviária do Alentejo, que explicou que a redução da oferta de transportes se deveu à pandemia de covid-19 e levou a que a empresa colocasse vários trabalhadores em regime de ‘lay-off’ e remeteu para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL).

Por seu turno, a CIMBAL explicou à Lusa que, devido à covid-19, os transportes públicos rodoviários de passageiros da região “estão a funcionar apenas com os serviços mínimos” e a ser “financiados com recurso a verbas transferidas do Orçamento do Estado pelas autoridades de transporte”.

Além disso, “o serviço é altamente deficitário devido à quase inexistência de passageiros no período pandémico que atravessamos”, ao qual se juntou o período de férias. A CIMBAL refere ainda que, “no final de julho”, esgotou “quase na totalidade” as verbas para financiar os serviços mínimos e, por isso, teve de “optar por assegurar apenas algumas carreiras, dado o grande dispêndio que comportam”.

A CIMBAL explica também que a legislação “impossibilita” que o apoio aos operadores de transporte rodoviário “exceda mais de 50% da oferta habitual” e, por isso, está “a tentar manter um nível mínimo de serviço, de acordo com as disponibilidades financeiras” e irá “reavaliar a situação” este mês.

A entidade indica igualmente que aguarda a divulgação das verbas destinadas à CIMBAL no Orçamento Suplementar para este ano e o início do novo ano letivo com aulas presenciais para “repor o normal funcionamento dos serviços”.

 

Fotografia de jornalistaruirosa.pt