25 Setembro 2024      08:30

Está aqui

Universidade de Évora quer “revolucionar” exploração mineral

Pedro Nogueira, professor e investigador na Universidade de Évora

A Universidade de Évora (UÉ) e a empresa canadiana Redcorp – Empreendimentos Mineiros juntaram-se para desenvolver o projeto HYPERMETAL, que tem por objetivo “revolucionar a exploração mineral polimetálica em Portugal, através da aplicação de tecnologia hiperespectral avançada, inteligência artificial (IA) e aprendizagem automática, em combinação com métodos tradicionais”.

Em comunicado, a UÉ esclarece que o projeto “pretende aumentar a eficiência e a precisão na exploração mineral, reinterpretando testemunhos históricos de perfurações e integrando métodos tradicionais, como geoquímica e mineralogia, com análises hiperespectrais”.

Segundo a mesma fonte, esta abordagem “permitirá a criação de um Gémeo Digital do corpo mineral, otimizando a identificação de novos alvos de exploração e melhorando a caracterização dos depósitos”.

Assim, o projeto irá recorrer a inteligência artificial, “machine learning” e tecnologia hiperespectral para recolher dados que “conseguirão mapear com precisão as ocorrências de minérios, além de identificar halos de alteração hidrotermal e litologias-chave”.

“Este processo culminará numa plataforma digital inovadora, capaz de processar imagens e gerar visualizações detalhadas da distribuição de minerais ao longo da sondagem”, acrescenta a academia.

Caso o projeto seja aprovado, a Universidade de Évora será responsável pela aplicação das tecnologias hiperespectrais nas sondagens do depósito mineral da Lagoa Salgada, em Grândola, atualmente armazenadas pela Redcorp.

Pedro Nogueira, professor do Departamento de Geociências e investigador no Instituto de Ciências da Terra (ICT) da UÉ, sublinha ainda o potencial desta tecnologia para ser aplicada noutras empresas de mineração e prospeção, tanto em Portugal como no estrangeiro.

Para o investigador, a combinação da tecnologia hiperespectral com algoritmos de IA e “machine learning” aplicada a modelos geológicos “permitirá otimizar a caracterização mineralógica das sondagens e facilitar a identificação de minerais portadores de metais-alvo, um aspeto pioneiro do projeto”.

O projeto foi candidatado aos fundos do Alentejo 2030, destinados a territórios de baixa densidade populacional, em regime de copromoção entre a empresa e a academia alentejana.

A equipa da Universidade de Évora é composta por professores e investigadores de diversas áreas, incluindo o Instituto de Ciências da Terra, o Departamento de Geociências e o Departamento de Informática, que trabalharão em conjunto com a equipa da Redcorp.

 

Fotografia de diariodosul.pt