12 Junho 2020      12:45

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Universidade de Évora lidera estudo sobre mudanças climáticas no Mediterrâneo

Maria Obregón e Maria João Costa, ambas investigadoras do Instituto de Ciências da Terra- Polo de Évora (ICT), lideram um estudo que analisa os efeitos do aerossol e do vapor de água na radiação solar na Bacia do Mediterrâneo, uma das áreas marítimas com mais cargas de aerossóis do mundo.

As partículas de aerossol podem atuar absorvendo ou espalhando a radiação solar, influenciando assim diretamente o clima, já que interferem na formação de nuvens, podendo até modificar os ciclos hidrológicos e o regime de chuvas. Neste sentido, tanto os aerossóis atmosféricos como o vapor de água desempenham um papel crucial no balanço de radiação da Terra, modificando a radiação solar que atinge a superfície do planeta, afetando as variações de temperatura diurna e sazonal, bem como o balanço de energia da superfície e o ciclo da água.

Sendo a Bacia do Mediterrâneo uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas, devido à sua meteorologia fortemente influenciada pelas interações oceano-terra e pela complexa orografia, que contribuem para a modificação do regime térmico e dos ciclos hidrológicos, bem como uma das áreas marítimas com mais carga de aerossol do mundo, tornou-se o objeto de estudo de interesse desta investigação. Outro fator de eleição considerado pelas autoras foi a existência de uma fonte de vapor de água nessa região, o mar Mediterrâneo, o que possibilitou o estudo da disponibilidade de vapor de água nessa zona e os seus efeitos radioativos.

Apesar de já existirem vários estudos baseados nesta problemática, este sobressai, pois, é o primeiro a analisar o efeito conjunto dos aerossóis e do vapor de água, bem como a sua variabilidade espacial e temporal num longo período de tempo, neste caso, durante as últimas duas décadas (2000-2018). Para este efeito, foi utilizada uma metodologia nova, através de dados dos satélites CERES (Sistema de Energia Radiante nas Nuvens e na Terra), que fornecem registos de dados de longo prazo com uma grande cobertura espacial.

O estudo pode ser lido aqui.

 

Imagem de capa de eea.europa.eu - Um retrato dos aerossóis à escala mundial