A Universidade de Évora (UÉ) viu dois dos seus projetos serem aprovados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) na área dos incêndios florestais, num financiamento global superior a meio milhão de euros.
De acordo com a UÉ, os projetos, denominados PyroC.pt e FUEL-SAT, foram aprovados pela FCT na 3.ª edição do Concurso para Projetos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, no âmbito da Prevenção e Combate de Incêndios Florestais, recebendo um financiamento total de 520 mil euros para um período de três anos.
Ambos os projetos são coordenados por investigadores do Polo de Évora do Centro Ibérico de Investigação e Combate aos Incêndios Florestais (CILIFO), estando ainda envolvidos o Instituto de Ciências da Terra (ICT), o MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento e o Centro de Investigação em Matemática e Aplicações (CIMA), sediados na UÉ.
Os investigadores Rui Salgado e Flávio Couto lideram o “PyroC.pt- Modelação de fogos florestais para avaliação de riscos e estudo da piro-convecção em Portugal”, que pretende estudar o efeito dos incêndios na atmosfera e na propagação e severidade do próprio fogo.
Adicionalmente, esta iniciativa “tem como principal objetivo obter uma melhor representação da piro-convecção (responsável por nuvens criadas pelo próprio fogo) em previsão numérica do tempo (PNT)”. Esperam-se também “avanços significativos na representação numérica mais realista dos incêndios florestais e no impacto da piro-convecção na atmosfera, na microfísica das nuvens e na química da atmosfera”, que permita desenvolver um método mais preciso de avaliação sazonal do risco de incêndios.
Por sua vez, o projeto designado FUEL-SAT é coordenado pelos investigadores Sérgio Godinho e Nuno Gracinhas, tendo como objetivo desenvolver investigação na caracterização e classificação dos combustíveis.
De acordo com a UÉ, “os investigadores esperam conseguir desenvolver e testar uma metodologia que permita observar, medir, mapear e monitorizar como, quando e onde os combustíveis florestais são mais propensos a queimar”, tudo através de dados obtidos por sistemas de satélite. O grande objetivo é “estudar o comportamento do fogo, em muito dependente da quantidade e distribuição (vertical e horizontal) do combustível disponível, bem como das principais características do mesmo (tipo de vegetação, estrutura e teor de humidade)”.