2 Dezembro 2022      12:35

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UÉ faz parte de projeto de criação de aplicação para reduzir sinistralidade rodoviária

A partir deste mês, o Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Setúbal vai utilizar uma nova aplicação digital que se destina a ajudar na redução da sinistralidade rodoviária, desenvolvida depois da celebração de uma parceria com a Universidade de Évora (UÉ), através do MOPREVIS.

Na sequência do projeto Modelação e Predição de Acidentes de Viação no Distrito de Setúbal (MOPREVIS), que contou com o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e que foi o resultado de uma colaboração entre a Universidade de Évora e o Comando Territorial de Setúbal da GNR, foi criada uma aplicação digital que pretende servir de apoio à tomada de decisão e que possibilita a visualização do passado, do presente e do futuro.

Esta aplicação começa a ser utilizada pela GNR de Setúbal já durante este mês, depois de ter sido realizada, no passado dia 30 de novembro, uma ação de formação sobre esta tecnologia aos Oficiais e aos Sargentos do Destacamento de Trânsito de Setúbal.

A Universidade de Évora explica que a aplicação desenvolvida “incorpora uma parte preditiva que combina resultados da aplicação de modelos estatísticos, análise espacial e modelos de Inteligência Artificial”, o que torna possível “observar o futuro”. A instituição explica ainda que foi feita a identificação de algumas vias com um risco mais elevado de ocorrência de acidentes. Depois, “cada via foi segmentada em troços de 500 metros e a predição é obtida por troço para um dia e para um período temporal de h horas”. A apresentação dos resultados obtidos é feita através de um mapa com informação por troço, existindo também a possibilidade de ficar a conhecer o “histórico associado aos acidentes que ocorreram nesse troço”. Dependendo da via, a predição apresenta uma sensibilidade (isto é, uma probabilidade de predizer de forma correta a ocorrência de um acidente) que oscila entre os 71% e os 82%.

Esta aplicação torna também possível proceder à visualização e à análise dos dados dos acidentes que se verificaram na zona de ação do Comando Territorial de Setúbal da GNR e tem também “um atlas criado com base num novo indicador de gravidade concebido pela equipa do projeto e com base na identificação de clusters de acidentes com vítimas”, adianta ainda a Universidade. 

Este era um dos objetivos do projeto MOPREVIS, que juntou informação que vai proporcionar à GNR um apoio de base científica ao processo de tomada de decisão. Para além disso, a Universidade considera também tratar-se de um importante contributo para a otimização da gestão dos recursos humanos e materiais com vista à prevenção da sinistralidade rodoviária grave.

Note-se, como informa a Universidade, que o distrito de Setúbal é o que regista uma maior sinistralidade rodoviária relevante.

“Se for possível contribuir para poupar nem que seja apenas uma vida humana, este projeto já terá sido um enorme sucesso e um relevante contributo social da Academia através da aplicação do seu conhecimento, esforço e interação com a sociedade e com os parceiros que integram o projeto”, afirmou Paulo Infante, responsável pela coordenação deste projeto, citado pela Universidade de Évora, onde é Professor.