17 Março 2021      08:34

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Turismo do Alentejo quer expansão da rede dos Caminhos de Santiago

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo espera que a recente certificação do Caminho Português de Santiago Central seja o primeiro passo para a criação de uma rede completa no país, adiantou Vítor Silva, presidente da entidade.

Em declarações à agência Lusa, o responsável assumiu o “orgulho” da entidade que dirige e que dinamizou o processo de certificação governamental pelo órgão de coordenação nacional criado para o efeito, mas apontou, desde logo, a expansão da rede de percursos a nível nacional.

“Obviamente que nos sentimos orgulhosos de ser o primeiro caminho certificado e esperamos que isso sirva, também, para outros, nas outras regiões do país, desde o Algarve até ao Norte, para que consigamos ter, em Portugal, uma rede completa, pois, ainda há pontos de interrupção”, afirmou o presidente da ERT Alentejo e Ribatejo.

Assim, Vítor Silva revelou que houve, na semana passada, uma reunião que juntou todas as entidades regionais e o Turismo de Portugal, mas também que a certificação do Caminho Português de Santiago Central (CPSC) é apenas o primeiro passo de um processo ao qual é preciso dar continuidade permanente.

Segundo o responsável, “depois de os troços estarem marcados e em segurança, há sempre problemas. Ou um proprietário desconhecedor que coloca um portão e já não se pode passar, ou uma natureza mais exuberante que corta o caminho e é preciso desbastar”.

Adicionalmente, há ainda “a parte que ao turismo interessa”, que é a de que apareçam “agentes capazes de vender este caminho, tanto em Portugal, como além-fronteiras”, um trabalho que será da responsabilidade da Agência de Promoção Turística do Alentejo, à qual também preside.

Vítor Silva revela ainda que, nos últimos anos, “houve um trabalho muito grande da ERT Alentejo e Ribatejo, em colaboração com o Turismo de Portugal”, no sentido de criar este que é, também, “um produto turístico” e que, agora, precisa de ser promovido como tal.

“É evidente que os Caminhos de Santiago começaram por ser um caminho de peregrinos, mas hoje, embora havendo uma carga de espiritualidade, há muitos que o fazem no sentido de se encontrarem a eles próprios e pelo prazer de estarem em contacto com a natureza, mais do que por uma motivação religiosa”, explicou.

Contudo, o processo de certificação dos outros dois caminhos da responsabilidade da ERTAR, nomeadamente o Caminho Nascente e o Caminho da Raia, está “um pouco mais atrasado”. Ainda assim, a certificação irá também avançar, assim que estiver concluída “uma série de exigências” relacionadas com “o mapeamento dos percursos, a sua segurança e a sua marcação”.

A ERT Alentejo e Ribatejo está, também, a trabalhar no sentido de “ligar caminhos espanhóis aos caminhos portugueses” no Alentejo, o que “exige a colaboração dos parceiros do outro lado da fronteira”, mas que “está a ser trabalhado”, disse Vítor Silva.

 

Fotografia de eribatejo.pt