8 Dezembro 2017      09:53

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TRUMP, O INCENDIÁRIO

Ao anunciar o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel Trump acendeu mais um rastilho de pólvora no Médio Oriente.

É uma decisão que para além de comprometer os esforços de paz e de afrontar o povo palestiniano, viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o não reconhecimento da ocupação de Jerusalém oriental.

Mas é apenas mais um episódio de uma presidência desequilibrada, populista e, sobretudo, perigosa.

As posições de Trump em matéria de relações externas não são apenas arrogantes, são do maior desprezo pela comunidade internacional e pelos direitos humanos.

Percorrendo de memória, todos nos lembraremos da construção do muro na fronteira com o México, dos ataques aos imigrantes, em especial contra os muçulmanos, e da desvinculação do pacto global sobre migração segura, da recusa do acordo de contenção nuclear com o Irão ou da rejeição do Acordo de Paris sobre alterações climáticas, chegando a administração Trump a dizer que eram “invenções” da China.

Mas lembramos também como acabou a legitimar a actuação de neonazis e “supremacistas brancos” nos distúrbios em Charlottesville, quando os equiparou aos activistas que se manifestavam contra o racismo.

Trump não tem “pertos nem longes”.  No Afeganistão ordenou o lançamento da “mãe de todas as bombas”, nas Nações Unidas lançou a ameaça de destruição total (sic!) da Coreia do Norte.

Esta última decisão agora tomada de deslocar a embaixada americana para Jerusalém, reconhecendo-a como capital de Israel, concitou já reações negativas de árabes e muçulmanos, do Papa, da Europa e das Nações Unidas.

Certo é que de decisão em decisão Trump vai prosseguindo no caminho de ódio e destruição, sem que a comunidade internacional condene verdadeiramente a sua actuação.

O que resultará daqui? Terá Trump limites? Quando passará das ameaças aos actos?

Um ano como Presidente dos Estados Unidos tem dado razão a todas as criticas que fizemos, desde o início, à sua eleição: Trump é um perigo global!

 

Imagem de vox.com