27 Junho 2018      14:57

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Templo não é de Diana, é de Augusto e está preparado para existir por mais 2 mil anos

O templo romano de Évora, popularmente conhecido como templo de Diana, foi construído em homenagem ao imperador Augusto, que passou a ser venerado como um deus durante e após o seu exercício do poder em Roma.

É verdade que esta lenda que atribuiu ao templo o nome de Diana foi desmontada nos anos 90 do século XX, após os trabalhos de investigação dos arqueólogos alemães Theodor Hauschild e Felix Teichner. Mas também é certo que essa atribuição resiste, sobretudo porque repetida pela maioria dos habitantes daquela cidade património da humanidade.

O templo romano foi construído entre os séculos I e II d.C., foi modificado nos dois séculos que se seguiram e destruído em parte no século V, quando os povos bárbaros invadiram a Península Ibérica. Com o passar do tempo foi sofrendo várias alterações na sua utilização prática, tendo servido de casa-forte e até matadouro municipal, quando a cidade resolveu recuperá-lo e devolver-lhe a nobreza possível.

O tempo passa passa todos e os seus 2 mil anos colocam-lhe hoje desafios grandes ao nível da preservação. Em 2017 o Templo Romano sofreu uma sólida intervenção de reabilitação, cujos resultados foram ontem apresentados em Évora  na Jornada de Apresentação dos trabalhos de conservação, investigação e da publicação científica monográfica e parece agora estar preparado para mais 2 mil anos.

Os trabalhos foram essencialmente de consolidação do material pétreo, com limpeza, mapeamento e análise geral do estado de conservação dos seus elementos constituintes, identificação e intervenção prioritárias de problemas; fixação de elementos soltos, como  lascas, escamas, fragmentos, e a remoção mecânica de materiais exógenos ou elementos disfuncionais, tais como argamassas incompatíveis e degradadas no interior de juntas ou fissuras.

Os trabalhos, que envolveram o super laboratório HERCULES, da Universidade de Évora, concluiram pela existência de lesões de vário tipos, sobretudo nos capitéis e a intervenção recolocou no ponto de origem mais de 250 fragmentos do templo. Segundo os investigadores o Templo Romano dedicado a Augusto está mais seguro, mas obriga a um permanente trabalho de monitorização.

Imagem de capa de ruralea.com

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