19 Outubro 2022      09:49

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Sindicato alerta para “degradação” do Hospital de Portalegre

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou que a saída de médicos do hospital de Portalegre, em especial do serviço de urgência, poderá “aumentar ainda mais”, uma vez que “a degradação tem vindo a ser cada mais evidente”, avança a Lusa.

Numa carta endereçada ao presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), o SIM recorda que “tem alertado nos últimos anos para a contínua degradação das condições de trabalho no Hospital Dr. José Maria Grande”, em Portalegre.

No mesmo documento, o sindicato lembra ainda que, a 23 de junho, foi enviada uma carta assinada por “quase todos médicos especialistas” em Medicina Interna, onde demonstravam a sua “preocupação” perante a “precariedade” das condições de trabalho.

Os profissionais de saúde alertavam ainda para o “risco de erro médico”, devido ao “elevado número” de doentes a seu cargo, e para a “rotura completa” do serviço de urgência, assim como para uma “incapacidade humana” ao nível da observação e avaliação de “todos os doentes internados” a cargo da Medicina Interna.

“Não são asseguradas as condições mínimas de qualidade assistencial, nem de segurança, nem para os profissionais de saúde, nem para os doentes”, reforçou o SIM.

Na mesma carta, o Sindicato Independente dos Médicos alerta que, apesar dos avisos dos profissionais, as saídas podem aumentar, sobretudo na Urgência, “se esta gravíssima situação continuar”.

“Se se mantiver este ambiente de frustração, irá aumentar ainda mais a saída de médicos deste serviço, persistindo a incapacidade de fixação dos médicos internos formados nesse serviço, o risco acrescido da perda de idoneidade, o que tornará ainda mais difícil a prestação de cuidados com níveis de segurança aceitáveis tanto para os médicos como para os doentes”, argumentou.

Assim, o SIM “exige” ao conselho de administração da ULSNA resposta aos ofícios e aos alertas realizados e que “se garanta segurança aos habitantes de Portalegre”.

Na carta, endereçada à presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), ao secretário de Estado da Saúde, aos deputados eleitos por Portalegre e à presidente da Câmara de Portalegre, é referido que a “degradação tem vindo a ser cada mais evidente” no serviço de urgência.

Além disso, os profissionais médicos têm assinalado este “incumprimento dos critérios mínimos de segurança”, plasmados pela entrega de documentos relativos à escusa de responsabilidade, mas a ULSNA “preocupa-se unicamente em afirmar, publicamente, que tudo está bem e em aumentar a contratação de médicos tarefeiros, incapaz da fixação de médicos ou de contratar médicos com contrato individual de trabalho por tempo indeterminado”, o que “tem alimentado uma cada vez maior revolta dos médicos”.

 

Fotografia de folhape.com.br