22 Dezembro 2020      10:00

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Somincor retoma projeto do zinco nas minas Neves-Corvo em 2021

A empresa Somincor, que tem a concessão das minas de Neves-Corvo, em Castro Verde, vai retomar o projeto de expansão da exploração de zinco (ZEP), avaliado em 360 milhões de euros, em janeiro de 2021.

A multinacional Lundin Mining, proprietária da Somincor, anunciou a decisão no relatório operacional com as previsões de produção para o próximo ano, informação que, entretanto, foi confirmada à agência Lusa pelo administrador-delegado da companhia mineira.

Segundo Kenneth Norris, “caso tudo decorra dentro da normalidade, o projeto [do ZEP] irá ser retomado em janeiro do próximo ano”. O gestor canadiano adiantou ainda que os planos da Somincor para a retoma do ZEP passam por “mobilizar um número menor de empreiteiros com um calendário alargado para avançar com o projeto”.

Esta planificação deve-se às “atuais exigências de segurança para o distanciamento social e outras medidas preventivas para salvaguardar e proteger a mão-de-obra e as comunidades locais da disseminação da covid-19”, explicou.

Kenneth Norris acrescentou que a Somincor prevê que o ZEP “esteja concluído até ao final de 2021, com a produção de zinco a aumentar em 2022”.

Para o próximo ano, a Somincor estima uma produção total de concentrado de zinco entre as 70.000 e as 75.000 toneladas, valor que vai aumentar substancialmente nos anos seguintes, com a entrada do ZEP em produção.

De acordo com as estimativas divulgadas pela Lundin Mining no seu relatório operacional para 2021, a produção de zinco em Neves-Corvo deve aumentar 66% em 2022, para um volume de 115.000 a 125.000 toneladas. Já em 2023, a produção de zinco deverá rondar as 145.000 a 155.000 toneladas.

Quanto à produção de cobre, esta deve diminuir nos próximos dois anos no complexo mineiro alentejano, prevendo-se que seja de 35.000 a 40.000 toneladas em 2021 e de 30.000 a 35.000 toneladas no ano seguinte. Para 2023 está prevista uma produção de cobre na ordem das 33.000 a 38.000 toneladas.

Kenneth Norris justificou esta diminuição da produção de cobre na mina do Baixo Alentejo com “os efeitos da pandemia”, que “perdurarão por mais um ou dois anos”. No entanto, o gestor acrescentou que a revisão em baixa das previsões de produção de cobre “não pode ser dissociada do incremento de produção” que a Somincor vai ter “no que concerne à extração de zinco a partir de 2022”.

“Temos que olhar para esta questão de forma integrada, com uma estabilização da produção de cobre e um incremento significativo da produção de zinco decorrente da conclusão do ZEP no próximo ano”, observou o responsável.

Kenneth Norris, esperando que, no ano que se avizinha, a empresa possa “voltar a alguma normalidade”, anunciou ainda que a Somincor vai “aumentar” em breve o número de colaboradores diretos.

“Iniciámos ainda este ano o recrutamento de novos colaboradores”, os quais “se encontram nesta altura em formação”, revelou, manifestando que a empresa está apostada “em recrutar novas pessoas, mas já com alguma experiência no setor” da atividade mineira.

 

Fotografia de leitor.jornaleconomico.pt