19 Dezembro 2022      10:32

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Sines: Preparação para o pós-carvão está em curso, diz ministro Costa Silva

António Costa Silva, Ministro da Economia e do Mar

António Costa Silva, ministro da Economia e do Mar, afirmou na passada sexta-feira, dia 16, que está a ser feita a preparação de Sines para o período pós-carvão, estando prevista a construção de um ‘hub’ para o hidrogénio verde.

Estas declarações do ministro foram feitas, de acordo com a agência Lusa, durante a assinatura à adenda do acordo de gestão e exploração do património de Sines, que decorreu no Ministério da Economia, em Lisboa.

A gestão e a exploração do património desta zona, detido pelo IAPMEI, vai passar a ser feito pela AICEP – Agência para a Competitividade e Inovação, após ter sido feita uma adenda ao acordo referido.

Para além do ministro, também o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, esteve presente na assinatura desta adenda.

Segundo uma nota da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) Global Parques, citada pela Lusa, estão abrangidos por esta adenda os terrenos do Estado, passados para o IPAMEI, onde vão ser implementados “projetos de interesse estratégico para a economia”. 

Os projetos direcionados para a transição energética e digital e para o fornecimento de eletricidade renovável já ultrapassavam a Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), nota a Lusa.

“Para assegurar a construção e instalação de infraestruturas e equipamentos de apoio aos novos projetos industriais estratégicos para a economia nacional, tornou-se urgente a reafectação de terrenos, visando um melhor planeamento e ajustamento do território às necessidades e perspetivas de investimento privado produtivo, a curto e médio prazo”, refere a AICEP.

António Costa Silva sublinhou que Sines pode revelar-se um “dos grandes polos do país” no campo das energias renováveis, aliando a sustentabilidade aos desenvolvimentos na área da tecnologia, “o que permitirá atrair mais companhias”.

O ministro da Economia e do Mar salientou também que Portugal se apresenta como um dos “países pioneiros”, tendo ligação, através de cabos submarinos, aos cinco continentes, e que a “task-force”, feita entre o Ministério da Economia, o Ministério do Ambiente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Porto de Sines e a AICEP, vai tornar possível dar resposta aos investidores nestas áreas. 

Francisco Sá, presidente do Conselho de Administração do IAPMEI, também esteve presente na sessão e recordou o início deste processo, que remonta aos anos 70 do século passado, “quando alguém imaginou em Sines um polo energético que iria transformar o país, numa primeira lógica enquanto polo com base em produtos derivados do carbono”, sublinhando também que este polo vai ter vocação energética, apoiada numa ideia de transição climática.

“Neste momento, dos cerca de 2.214 hectares onde temos um projeto de urbanização, já não temos oferta. É também isto que justifica toda esta transformação que pretendemos fazer a partir de Sines. Uma transição onde se pretende a preparação do futuro”, referiu.

Já Filipe Costa, presidente do Conselho de Administração da AICEP Global Parques, deixou a garantia de que a “responsabilidade acrescida” que foi lhes foi atribuída vai ser usada para dar continuidade à “visão estratégica de transformar Sines no grande ‘hub’ nacional de transição global, transição energética e de indústria verde”.

No final da sessão, Bernardo Ivo Cruz, secretário de Estado da Internacionalização, afirmou que se está a construir uma nova economia, que vai dar resposta aos desafios do país no século XXI.

“Portugal é uma economia aberta e europeia e no ‘hub’ de Sines encontramos isso: uma porta de entrada e de saída para o mar, com uma concentração de projetos e propostas para o desafio da transição energética e digital”, notou o governante, que fez ainda referência ao programa Portugal 2030, que é composto por quatro principais agendas (transição energética e descarbonização, transição digital, talento e pessoas, e mar), podendo todas elas ser encontradas em Sines.

“Não serão tempos fáceis, temos que aprender a viver com a inflação e com as taxas de juro, com os custos altos e, ao mesmo tempo temos que fazer estas transições. Estamos a trabalhar em conjunto e a tomar as decisões necessárias”, afirmou.

 

Fotografia de tsf.pt