No Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, dia 8 de junho, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, deu uma entrevista ao Diário de Notícias, onde revelou que, com o novo cais, Sines poderá receber 8 milhões de contentores até 2030.
De acordo com o governante, dos cerca de 18 mil milhões de euros de investimento que estão previstos para o porto de Sines, a maior parte é investimento privado “de grandes empresas e consórcios”, um investimento que poderá permitir ao porto de Sines praticamente quadruplicar a sua capacidade até 2030.
“Há um polo muito importante que é o da logística, portanto, o nosso terminal em Sines tem uma capacidade de cerca de 2,1 ou 2,2 milhões de contentores. Com o projeto de extensão que já está em execução, vai chegar aos 4 ou 4,3 milhões de contentores. Mas até 2030, se tivermos o novo cais, pode chegar aos oito milhões de contentores”, destaca o ministro.
“Hamburgo, um dos maiores portos da Europa, processa 8,5 milhões de contentores. Se tivermos esta capacidade, depois podemos consolidar as ligações com todas as partes do mundo”, assegura ainda.
Além disso, António Costa Silva destaca os investimentos em cabos submarinos, que rondam os 3,5 mil milhões de euros, e no centro de dados, cuja construção já arrancou.
Há ainda, em Sines, o polo da energia, com investimentos previstos de mais de sete mil milhões de euros, “não só dos investidores convencionais que temos em Sines, como é o caso da EDP, da Galp, da Repsol”, mas também investimentos na descarbonização. “Penso que a combinação destes três vértices pode transformar Sines num dos polos, não só das novas energias, dos cabos submarinos, do novo paradigma da conectividade e da logística internacional, e colocar Sines no mapa”, afirma o governante.
O ministro adianta também que está a ser trabalhado o projeto de “transshipment” do gás, que pretende usar Sines “como um grande hub porque está perto dos Estados Unidos, de Trinidade e Tobago, da Nigéria, grandes exportadores de gás natural liquefeito, e no âmbito do projeto REPowerEU”.
Na mesma entrevista, António Costa Silva refere que gostava de “transformar Lisboa numa espécie de praça financeira para a economia do mar”, uma vez que há “muitos fundos internacionais com montantes impressionantes, precisam é de bons projetos”.
Note-se que a task force do mar, composta por oito grupos de trabalho, deverá apresentar as primeiras conclusões ainda em junho.
Fotografia de portugal.gov.pt