28 Fevereiro 2025      10:33

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Sines: Fábrica de baterias de lítio pode receber até 350 ME em apoios

A fábrica de baterias de lítio da chinesa CALB em Sines, cujo projeto de 2.000 milhões de euros foi lançado no início desta semana, na cidade de Lisboa, pode receber apoios no âmbito do regime europeu de incentivos à reindustrialização que poderão chegar aos 350 milhões de euros, noticia a agência Lusa.

“[O regime europeu de incentivos à reindustrialização e aceleração da inovação e de novas competências técnicas] permite um apoio até 35%, daí o valor que tem sido apontado dos 350 milhões de euros”, disse Pedro Reis, ministro da economia, em declarações aos jornalistas, durante a cerimónia de lançamento do projeto da nova fábrica de baterias de lítio da CALB em Sines, que decorreu no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. 

Estima-se que este projeto de construção da fábrica de baterias de lítio para automóveis da CALB, que deverá entrar em operação em 2028, na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), envolva um investimento aproximado de 2.000 milhões de euros e permita criar 1.800 postos de trabalho diretos. 

O ministro da economia avançou que o projeto de investimento já deu entrada na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), de forma a que seja avaliado o que é elegível para receber apoio público.

“A contratualização tem que ocorrer em 2025, mas, normalmente, os contratos levam algum tempo, porque temos de estudar, temos de discutir bem tudo o que é elegível e que não é elegível, as percentagens de apoio, as intensidades de apoio, e só aí é que conseguimos ter uma proposta negocial acabada que passe a contratualização”, esclareceu a administradora da Aicep Madalena Oliveira e Silva.

Questionado acerca da necessidade de habitação para fazer face à criação de postos de trabalho naquela região, Pedro Reis afirmou que “obviamente que está prevista” a “integração e valorização da comunidade”, algo que os grandes projetos terão de prever “cada vez mais”.

A cerimónia contou também com a presença da presidente do Conselho de Administração da CALB, Liu Jingyu, que, num discurso proferido em mandarim, explicou que a decisão de estabelecer a ‘gigafábrica’ em Portugal se prendeu com as suas vantagens estratégicas, o grande potencial da economia nacional, a mão-de-obra qualificada e ainda com os benefícios logísticos do porto de águas profundas de Sines.

No que respeita à origem do lítio, Pedro Reis avançou que a CALB “certamente tem soluções que consideram a extração de lítio em Portugal e de outras fontes”, mas salientou que o modelo é autónomo e sustentável, independentemente da fonte da matéria-prima para esse projeto.

O ministro referiu-se a esta iniciativa como um ‘big-bang’ de investimento que qualquer país do continente europeu quereria e como uma “vitória para Portugal, que atravessa o trabalho de vários governos, de várias Aiceps e de várias diplomacias económicas”.

“Num momento em que o setor automóvel mundial e, particularmente, o europeu tem tantos desafios, são investimentos como estes que agarram em Portugal essa cadeia de valor e dão ao setor inteiro europeu competitividade, produtividade e tecnologia”, destacou.

 

Fotografia de jn.pt