26 Agosto 2019      11:23

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Sim, o nosso pulmão está a arder

Nas últimas três semanas a Amazónia esteve a arder. Curiosamente, apenas duas semanas após o início dos incêndios todo o Mundo teve conhecimento dos mesmos, podendo começar a procurar responsabilidades.

A principal causa apontada é a desflorestação que aumento cerca de 200 por cento desde o início do mandato de Bolsonaro.

Nas primeiras intervenções públicas que fez logo após os incêndios, Bolsonaro deu a conhecer o seu plano de construir duas barragens nos terrenos da Amazónia o que só por si revela a sua preocupação com o que tem estado a acontecer.

Posteriormente veio dizer que os responsáveis pelo sucedido seriam as organizações não governamentais que teriam praticado tal ato apenas para o atacar.

Ainda esta semana veio dizer que o Governo não tinha forma de atacar o incêndio, tendo enviado 50 militares para um incêndio de milhares de hectares!

Já durante o fim-de-semana Bolsonaro veio dizer que a Amazónia não é de todos e que não é o pulmão da humanidade (mesmo depois de conhecidos os impactos a nível mundial que a destruição da Amazónia traria).

Com todas estas atitudes vários países europeus, com a França à cabeça, já fizeram saber que estão preparados para impor sanções ao Brasil.

Bolsonaro consegue assim algo inédito: a imposição de sanções pela prática de crimes ambientais.

Mal ou bem parece que estas ameaças surtiram efeito e Bolsonaro acabou por enviar mais forças militares para o combate aos incêndios.

Toda a atitude de Bolsonaro perante esta situação demonstra a sua ineptidão para governar o País.

Uma pessoa que não se preocupa minimamente com a maior floresta do mundo, pelas povoações indígenas e pelas espécies que nela vivem não merece certamente qualquer apoio para estar à frente de qualquer órgão, muito menos de um País.

Todos já percebemos os interesses económicos que os terrenos da Amazónia têm para os investidores do betão que recorrem a qualquer meio para atingir os seus fins.

Tendo Bolsonaro no poder estes investidores têm finalmente o apoio que procuravam.

A questão é: até quando estão as comunidades brasileira e internacional dispostas a deixar que isto continue?

 

Imagem de capa de  Daniel Beltrá/Greenpeace