10 Novembro 2024      18:56

Está aqui

Silêncios

As pegadas foram tão profundas que queimaram a alma. Uma moldura partida onde o chão é decorado por vidros. Que eu não me importaria de caminhar em cima de. Engulo em seco e tento perceber o porquê de não caírem lágrimas. O porquê da minha cara doer se não existe nada que o provoque. 

Algo parou de bater, ao levar a mão ao meu coração percebo que não foi este, e uma vez mais, tento perceber. 

Sem querer, há uma pequena melodia entre a minha respiração acelerada e a trovoada que se espalha dentro de mim. Um lugar tão feio e usado. Um lugar onde desânimo ganhou e as pernas perderam forças.

Não há pedidos de ajuda que saiam da minha boca; na verdade, não há nada que saia neste momento, para além de suspiros de desilusão.

Cansada, dou a vitória. Ofereço tudo o que tinha. E restam-me vidros.