25 Junho 2022      20:29

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Santiago do Cacém promove livro sobre Bullying e a obesidade infantil nas escolas

Numa sondagem, realizada em 2020 pela APCOI (Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil) revelou, a 512 pais e encarregados de educação de crianças com excesso de peso, a maioria dos inquiridos afirmou já terem lidado com pelo menos um episódio de bullying escolar relacionado com o peso da criança. Os episódios de bullying reportados foram na maioria vindos de colegas da mesma turma (47%), seguindo-se situações com alunos de outras turmas da escola (40%) e ainda ocorrências com professores ou pessoal não docente (13%). Segundo a APCOI, a pandemia de Covid-19 agravou mais esta situação, com uma em cada cinco crianças obesas a ser vítima pela primeira vez de um ataque de cyberbullying.

O município de Santiago do Cacém distribuiu pelas Escolas Básicas do 1.º Ciclo do Concelho o livro “O Esconderijo”, que aborda a relação entre o bullying escolar e a obesidade infantil. O livro, lançado pela ADEXO (Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal) e APCOI, foi oferecido à Autarquia, na pessoa do Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, e Vereadora Sónia Gonçalves, num total de 17 exemplares, por Carlos Oliveira - Presidente da ADEXO.

O livro “O Esconderijo”, apadrinhado pelos apresentadores José Carlos Malato e Vanessa Oliveira, da RTP, conta-nos a história de um rapaz e de uma rapariga, vítimas de bullying por parte dos seus colegas, e a forma como conseguem superá-lo com o apoio de uma professora.

Numa campanha de âmbito nacional, o objetivo é alertar e sensibilizar a comunidade escolar, os encarregados de educação e a população em geral para esta realidade, que afeta 65% das crianças com obesidade em Portugal. Segundo dados da APCOI os insultos, alcunhas e comentários inapropriados estão entre os principais atos discriminatórios contra crianças com excesso de peso, com idades entre os 6 e os 14 anos.

A ADEXO e APCOI apelam aos pais e educadores para estarem atentos aos principais sintomas como a tristeza, irritabilidade, apatia, insónias, pesadelos, verbalização de culpas, comportamentos de fuga, recusa em ir à escola. A maioria das vítimas tende a sofrer de ansiedade generalizada, depressão ou stress pós-traumático – a segunda maior doença psiquiátrica em Portugal. Em casos mais extremos pode levar ao suicídio.