Os Caminhos de Santiago vão ficar representados num mural, com cerca de 100 metros de comprimento, que está a ser pintado numa das entradas da cidade de Santiago do Cacém por uma artista local.
Em comunicado, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém revelou que a obra, da autoria da pintora Madalena Palminha, deverá estar pronta “na primeira quinzena de setembro”.
O trabalho artístico está a ser desenvolvido numa parede na zona onde tem início uma das etapas pela cidade dos Caminhos de Santiago e inclui a pintura de vários painéis com os símbolos que representam os percursos, como as vieiras e a cruz da Ordem de Santiago, além dos peregrinos.
A ideia de construir um mural em homenagem aos Caminhos de Santiago começou a ser desenvolvida há cerca de dois anos pela autora, também ela “amante” destes percursos e que, este ano, decidiu avançar com o projeto, interrompido devido à pandemia de covid-19.
Em declarações à agência Lusa, a pintora adiantou que “o projeto saiu quando soube que os caminhos passavam por Santiago do Cacém” e, como “fiz os percursos e vi projetos deste género por onde passei, decidi avançar”.
Os desenhos foram desenvolvidos “ainda em confinamento” e só recentemente “foram convertidos em metros”, para auxiliar na construção do mural.
A pintura vai representar “a sinalética do Caminho de Santiago", com destaque para “as setas, as vieiras e a Cruz da Ordem de Santiago”, e “vai ter silhuetas de caminheiros ou peregrinos”, que ficarão desta forma eternizados na entrada desta cidade do litoral alentejano, explicou a autora.
Com esta intervenção, apoiada pelo município, Madalena Palminha pretende desejar “um bom caminho” a todos os peregrinos que utilizam esta rota para chegar à cidade espanhola de Santiago de Compostela, na Galiza.
Recorde-se que o Caminho de Santiago é uma rota milenar seguida por milhões de peregrinos desde o início do século IX, quando foi descoberto o sepulcro do Apóstolo Santiago o Maior.
Nos últimos meses têm-se somado as apostas no trajeto, de elevada importância religiosa e turística, logo também económica: Amarante albergou o primeiro congresso internacional sobre o Caminho, enquanto o Norte e a Galiza juntaram forças para requalificar um dos trajetos mais antigos, assim como outra união ibérica se dedicou ao Caminho de Torres.
Já a associação Monasterium mostrou os primeiros passos de uma versão artística do percurso e o Alentejo obteve o primeiro Caminho de Santiago português certificado. Não em vão, a RTP estreou uma série em coprodução sobre o Caminho e até o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quer ir cumpri-lo (ou, pelo menos, parte dele) nas férias.