24 Novembro 2016      15:28

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SALÃO CENTRAL EBORENSE: É DESTA QUE SAI DA RUÍNA?

A Câmara Municipal de Évora anunciou há menos de dois dias que já tem disponível 2,5 milhões para recuperar um edifício emblemático da cidade e que espera por uma recuperação há pelo menos 20 anos, quando então foi adquirido pelo município (1996). Neste momento sabe-se apenas que o projeto para o Salão Central Eborense contempla um espaço cultural multiusos, o que aliás já o município pretendia em 2010.

O edíficio, que faz 100 anos, foi mandado construír em 1916 por José Augusto Anes, um abastado proprietário eborense, com o intuito de ali fazer espectáculos. Em 1931 a Inspecção Geral dos Espectáculos determinou o seu encerramento por irregularidades de construção. Entretanto o espaço acabou por ficar limitado a sessões de cinema. José Augusto Anes entretanto cedeu a sua exploração à empresa Manuel Themudo Baptista, que remodelou e modernizou todo o espaço, pela execução de um projecto do arquitecto Francisco Keil do Amaral, que deu ao edifício o seu actual desenho.

O Salão reabriu a 1 de Novembro de 1945, com uma lotação de 548 lugares e conhece então os seus tempos áureos até à desintegração da empresa proprietária. O património da empresa acaba por ser adquirido pela Sacil (Sociedade de Actividades Cinematográficas, Lda.), com sede em Lisboa e dona do Cinema Roma que fará várias intervenções no edifício em 1953, 1958 e 1962, sempre sujeitos à autorização e assentimento de Keil do Amaral e da Direcção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.

A televisão e as salas de cinema acabaram por ditar a decadência do espaço que ainda manteve atividade enquanto cinema até 1988, dedicado sobretudo ao cinema pornográfico. Ainda teve algumas utilizações posteriores mas acabou por encerrar e foi depois adquirido pela autarquia em 1996.