Esta semana ocorreu o lançamento do livro do Ex-Presidente da República, Cavaco Silva, uma espécie de auto biografia que se resume às quintas em que reunia com o Primeiro-Ministro.
É realmente uma surpresa ver, finalmente, Cavaco Silva pronunciar-se sobre alguma coisa ainda que, nesta sua revelação sobre as reuniões semanais, tenha optado pela polémica e pela crítica desde Sócrates a Carlos César (estranhamente não é feita qualquer referência menos positiva aos anos de mandato de Passos Coelho).
Verdade seja dita. Esta é de facto uma auto-biografia de Cavaco Silva, uma vez que é um retrato fiel do seu percurso enquanto Presidente da República: muito falador e interventivo durante a governação socialista, remetido ao silêncio durante a governação pafiana.
Mais uma vez se prova a parcialidade que Cavaco Silva sempre teve, revelando uma vez mais o quão fraco foi enquanto Presidente da República, o seu cúmulo na sua carreira política que sempre afirmou não ter.
Estranho é não existir quaisquer linhas quanto aos casos como os da SLN ou os que envolveram a compra do Meo Arena em que Cavaco Silva e a sua família estiveram envolvidos. Nem para falar bem, nem para se defender.
Uma vez mais o silêncio.
Espero sinceramente pelos restantes livros referentes aos outros dias da semana pois sempre tive curiosidade para saber o que realmente Cavaco Silva andava a fazer enquanto Presidente que defendia uma “magistratura” activa (expressão que ainda hoje me faz alguma confusão dada a mistura entre poderes que dali sai) mas que se mostrou dos mais afastados dos Portugueses durante o seu mandato.
Não sei se esta terá sido a derradeira saída de cena de Cavaco Silva pois, o político que não se assume poderá querer presentear-nos com mais alguma revelação mas, caso o tenha sido, aqui fica o elogio: conseguiu fazer um verdadeiro e fiel auto-retrato.
Aqui fica a minha consideração e, reitero, a expectativa da restante obra quanto aos outros dias da semana.
Imagem de capa de opinioesdealgibeira.blogspot.pt