A oposição PS e PSD na Câmara Municipal de Évora manifestou preocupação com a dívida do município à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC).
De acordo com a agência Lusa, Carlos Pinto de Sá, presidente do município, afirmou que se pretende, “neste mandato”, que “a situação fique regularizada para não termos a situação que tínhamos anteriormente”.
O autarca respondia, na reunião de câmara, à vereadora do PS Lurdes Pratas Nico que o questionou sobre “o valor exato” da dívida à CIMAC e se já estava definido um plano de pagamento.
“Não queremos ser devedores e colocar em causa não só o funcionamento da CIMAC, como também das outras câmaras” que a integram, pois, “quando uma não paga, isso tem consequências diretas em todo o funcionamento da estrutura”, disse o responsável.
Na resposta, o autarca comunista revelou que “a dívida vencida da câmara [à CIMAC] é na ordem dos 560 mil euros” e que tinha apresentado um plano de pagamentos na mais recente reunião do Conselho Intermunicipal da CIMAC.
Esse plano “prevê um primeiro pagamento relativamente à dívida vencida até ao final de dezembro, na ordem dos 350 mil euros”, e um outro no primeiro trimestre de 2025, “entrando, até ao final do segundo trimestre, no pagamento regular”, especificou.
Já o vereador do PSD Henrique Sim-Sim disse que “o município de Évora está em dívida com cerca de 1.250.000 euros à CIMAC e com 1.200.000 euros à GESAMB [empresa responsável pela gestão e exploração do Sistema Intermunicipal de Valorização e Tratamento de Resíduos Urbanos do Distrito de Évora]”.
Henrique Sim-Sim advertiu que “uma coisa é a parte contabilística da dívida vencida”, aludindo ao valor divulgado por Pinto de Sá, e que “outra coisa é a emissão de faturas que devem ser pagas”, cujos valores “somam 1.250.000 euros”.
“Isto, somado aos cerca de 1.200.000 euros da GESAMB e aquilo que possa ser a dívida à Águas do Vale do Tejo, deixa-nos bastante preocupados sobre o futuro financeiro do município”, sublinhou, antevendo “problemas muito graves a curto prazo”.
Para o vereador social-democrata, a Câmara de Évora, a manter esta dívida à CIMAC, está a “pôr em causa o desenvolvimento de um conjunto de projetos que são estruturantes para o Alentejo Central e para o concelho, em concreto”.
O presidente do município voltou ao tema para justificar que se referiu ao valor da dívida vencida à CIMAC porque é a essa que a autarquia está “na obrigação de cumprir dentro dos prazos estabelecidos” e que a gestão CDU tem “procurado responder”.
“Já tivemos um conjunto de câmaras com dívidas avultadas à CIMAC e houve sempre, por parte de diferentes municípios, não apenas a compreensão, mas a disponibilidade para se encontrarem formas de resolver essa situação e eu próprio contribuí para que, nalguns casos, se resolvesse a situação”, acrescentou.
Fotografia de dianafm.com