10 Abril 2021      17:16

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Projetos ambientais também devem ser desenvolvidos a nível municipal

As mudanças climáticas são o grande problema ambiental que a humanidade terá que enfrentar agora e durante a próxima década. Umbilicalmente ligado a este problema estão a escassez de água, a perda de biodiversidade e a gestão dos resíduos.

Neste contexto, urge a concretização do plano de ação global (adotado em 2015), o qual propõe medidas concretas para atingir, no curto e médio prazo, um mundo mais justo, próspero e ecológico.

Todos deveremos participar neste processo de mudança, sendo que as autarquias locais (até pela proximidade que têm com os problemas) podem e devem dar um forte contributo nesta matéria.

Algumas mudanças emergentes:

1 - Por um lado, torna-se decisivo apostar na transição energética, optando por um modelo mais limpo, acessível, eficiente e baseado no uso de fontes renováveis para formar e desenvolver comunidades mais sustentáveis, inclusivas e resilientes aos problemas ambientais.

Algumas sugestões que podem ser aplicadas:

 - As nossas comunidades deverão otimizar a eficiência energética por meio da redução do consumo e adoção de sistemas energéticos mais verdes e eficientes.

 - A desmaterialização de processos é fundamental, isto porque atua de forma preventiva e incentiva, também, a reutilização dos recursos, através da colaboração e partilha.

 

2 - As comunidades do futuro deverão ser claramente mais seguras, mais inclusivas, mais ecológicas e mais eficientes em termos energéticos, promovendo a criação e desenvolvimento de mais áreas verdes, de construções ecológicas e meios de transporte mais sustentáveis, dando prioridade às pessoas.

Algumas sugestões que podem ser aplicadas:

 - Renovação a curto e médio prazo das frotas municipais para viaturas elétricas;

 - Ampliação, adaptação e criação de novos jardins. Desenvolvimento de projetos com a utilização de espécies adaptadas às condições climáticas locais;

 - Desenvolvimento e aplicação de planos de mobilidade que priorizem ciclistas, crianças e pedestres;

 - Adoção de Iluminação pública, assim como nos edifícios públicos, mais eficiente. Incentivar os privados e associações a seguir este modelo;

 - Promover a criação de pontos de venda e equipamentos de lazer em áreas verdes ou espaços públicos, revertendo os recursos arrecadados para a manutenção das praças e parques municipais;

 - Criação de parcerias com entidades privadas no sentido de promover a ´´adoção`` de praças e parques por empresas.

 

3 – O uso responsável dos recursos hídricos permite melhorar a produção alimentar e energética, assim como proteger melhor a biodiversidade dos nossos ecossistemas hídricos e ajudar-nos a contrariar as mudanças climáticas.

Algumas ideias que poderão ser desenvolvidas:

Criação de programas para captação e aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis. Para simplificar chamar-lhe-ia ECO AQUA.

Numa iniciativa desta natureza, pode ser possível efetuar a captação e aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis, como descarga em espaços sanitários, irrigação de jardins, lavagem de veículos e limpeza de calçadas. O objetivo é promover a sustentabilidade, criando medidas para induzir à melhor utilização e conservação dos recursos hídricos.

Complementarmente, o ECO AQUA pode envolver políticas fiscais de discriminação positiva, nomeadamente através do desconto sobre o valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) aos imóveis residenciais, empresariais e associativos, que tiverem ou criarem sistemas de captação de água da chuva e de reutilização da água. Este é um exemplo entre muitos que poderiam ser dados.

 

4 - Desenvolvimento de Planos permanentes de educação ambiental envolvendo escolas, empresas, associações.

A Educação Ambiental é um processo que procura incutir no educando uma consciência crítica sobre a problemática ambiental.

Nesse sentido, é fundamental formar crianças e jovens críticos, conscientes socio-ambientalmente e capazes de influenciar e de agir para gerar impacto positivo no meio ambiente.

 

5 – Mudança de comportamentos

Existe a clara necessidade de mudar o comportamento o Ser Humano em relação ao Planeta, no sentido de promover, sob um modelo de desenvolvimento sustentável, a compatibilização de práticas económicas, com reflexos positivos evidentes na qualidade de vida dos cidadãos.

Algumas sugestões:

Fiscalizar o uso dos produtos agrotóxicos com maior rigor, ter em atenção a preservação de nascentes, incentivar hortas caseiras, criar centrais de triagem de resíduos, implementar planos municipais de arborização, trabalhar em soluções de reciclagem de sobras de material de construção, e de outros materiais recicláveis ou reutilizáveis, serão certamente boas práticas a seguir e, garantidamente, de baixo custo para as autarquias.

 

Reconheço que existem muitos e bons projetos municipais no terreno. Mas parece-me fundamental intervenções mais articuladas e aprofundadas, mas sobretudo mais assertivas.

 

Ficam as sugestões.