29 Outubro 2025      09:38

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Produção de azeite em Portugal deverá cair 20% este ano

Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum

A produção de azeite em Portugal deverá enfrentar uma quebra que ronda os 20%, em comparação com a campanha anterior, em vez dos 10% apontados na estimativa inicial, segundo a maior associação nacional do setor, a Olivum.

Em comunicado, citado pela agência Lusa, a Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, com sede em Beja, atualizou as previsões da campanha olivícola nacional, antecipando agora uma quebra de produção de azeitona na ordem dos 20% face à campanha do ano passado.

Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum, realçou que a quebra da produção de azeite ronda os valores da diminuição da quantidade de azeitona, ou seja, os 20%, admitindo, porém, existirem ainda variações. “Vai depender do rendimento [da azeitona] em azeite”, advertiu a responsável.

A gestora salientou que, com esta previsão de uma quebra de 20%, a produção nacional de azeite deverá situar-se entre as 140 mil e 150 mil toneladas, quando, no início deste mês, a previsão da Olivum era de 160 mil a 170 mil toneladas.

No comunicado, a associação adiantou que “os primeiros dias de colheita confirmam que a produção está aquém das expectativas” e assinalou que a situação reflete “o impacto do calor extremo e da ausência de chuva nos últimos quatro meses”.

“Em várias zonas de Portugal, a seca e as temperaturas elevadas durante a maturação provocaram desidratação do fruto, afetando a produtividade”, disse a mesma fonte, sublinhando que até nos olivais regados “é necessária mais água e a sua falta está a ter um claro impacto na quebra de produção”.

A diretora executiva da Olivum, citada no comunicado, afirmou que, “nos meses cruciais para a formação do azeite”, o setor encontra-se “perante um cenário difícil, praticamente sem qualquer precipitação”.

“Este ano, em relação à campanha anterior, em muitas zonas, o olival não teve capacidade para manter o desenvolvimento normal do fruto. Este cenário cria um clima de preocupação no setor, que enfrenta uma campanha marcada por grande variabilidade entre regiões e variedades, mas com uma tendência comum de redução de produtividade”, acrescentou.

Note-se que a campanha oleícola 2025/2026 arrancou este mês e prolonga-se até dezembro, no caso do Alentejo, e até janeiro ou fevereiro, no caso do norte do país.

Na campanha anterior, as estimativas da Olivum, em outubro de 2024, eram de que a produção nacional se situasse “entre 170 mil e 180 mil” toneladas de azeite.

Em janeiro deste ano, a respetiva diretora executiva precisou que o país iria produzir à volta de 170 mil toneladas.

A Olivum representa mais de 53 mil hectares de olival no país, 21 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.

 

Fotografia de gazetarural.com