2 Dezembro 2022      15:43

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Presidente da Câmara de Vendas Novas considera “irresponsável” o chumbo do orçamento

Luís Dias, presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas

Luís Dias, presidente da Câmara Municipal de Vendas Novas, eleito pelo PS, considerou, ontem, uma “enorme irresponsabilidade” o chumbo do orçamento municipal para o próximo ano por parte da oposição do PSD e da CDU.

“É de uma enorme irresponsabilidade o chumbo do orçamento que enquadra um ano que já se prevê particularmente difícil, com a subida da inflação, das matérias-primas e do custo de vida, que afeta as famílias e também a câmara municipal”, afirmou o presidente, citado pela agência Lusa.

Deste documento, agora reprovado, faziam parte, segundo Luís Dias, várias medidas provenientes dos partidos da oposição, que fala na inclusão de “16 das 19” propostas do PSD e de “36 das 42” das medidas apresentadas pela CDU.

“Era um orçamento amplamente integrador das visões partidárias e que, além disso, previa um aumento de 30% do desempenho das funções sociais do município para ajudar as famílias num momento particularmente difícil”, defendeu ainda o presidente.

Com um valor de 16,1 milhões de euros, a proposta de orçamento apresentada foi chumbada na passada quarta-feira, em reunião de câmara, devido aos votos contra dos dois vereadores do PSD e de um vereador da CDU.

À agência Lusa, Luís Dias explica que o chumbo deste documento “vai pôr em causa um conjunto de investimentos importantes para o concelho”, onde se incluem projetos apoiados por fundos comunitários, e acrescenta que estes investimentos “não poderão ser executados e os apoios sociais para os mais carenciados também não vão ter aumentos”, devido ao facto de continuar em vigor o orçamento deste ano, em virtude do chumbo do orçamento para 2023.

Sublinhando “o cunho muito grande de responsabilidade governativa” da gestão socialista, o autarca salienta que já solicitou a realização de reuniões com a oposição, de forma a “tentar desbloquear a situação”.

“A margem negocial é muito curta, mas não vamos desistir, como é óbvio”, afirma Luís Dias.

Ricardo Videira, vereador do PSD, justificou à Lusa o voto contra o orçamento apresentado com a “falta de rasgo” do documento, que considera que “não é capaz de romper com o conformismo” da Câmara.

Acrescenta ainda que este orçamento “é uma repetição de fórmulas que têm conduzido à degradação das infraestruturas municipais e à incapacidade de responder a necessidades básicas do município, como, por exemplo, a manutenção do espaço público”.

Ricardo Videira reconhece que o PSD se encontra sempre disponível para negociações, considerando o vereador do partido que a gestão PS está a fazer “uma dramatização desnecessária” e lamentando a postura dos socialistas, que diz terem assumido uma “postura de agressividade e de ataque”.

Já Tiago Aldeias, único vereador eleito pela CDU, explicou à Lusa o seu sentido de voto por “não ver incluídas no orçamento” as suas propostas que tinham sido aprovadas nos diversos órgãos autárquicos, tendo algumas conseguido aprovação por unanimidade.

“Soma-se a isto o facto de a CDU ter nove anos de oposição ao PS em Vendas Novas e conhecermos o desvirtuar dos orçamentos que são aprovados e a sua não concretização, mesmo quando eles foram feitos pelo PS”, afirma o vereador, que sublinha também a ideia de que a CDU tem sempre disponibilidade para “trabalhar e fazer propostas”.

Do executivo fazem parte dois eleitos do PS, dois do PSD e um da CDU.

 

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