9 Junho 2025      10:16

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Portugal leva filme sobre o Alentejo à Bienal de Design de Londres

A 5.ª Bienal de Design de Londres conta com a participação de Portugal, através de dois filmes artísticos sobre a Madeira e sobre o Alentejo, que desafiam a “parar e reparar” no abuso que tem vindo a ser feito dos recursos naturais.

De acordo com a agência Lusa e o Notícias ao Minuto, a exposição ‘Metabolisms of Repair’ (em português, ‘Metabolismos de Reparação’) é constituída por obras de Miguel Teodoro e do coletivo A Recolectora, composto por Alexandre Delmar e Maria Ruivo, que pretendem convidar a uma reflexão acerca do futuro do planeta.

O filme intitulado ‘Chemical Affinities’ (em português, ‘Afinidades Químicas’), de Miguel Teodoro, aborda o impacto dos fertilizantes com amoníaco na região alentejana e a utilização deste químico no processamento de fotografia.

Já o ‘Dois Tons de Cinza’, que se situa entre o documentário e a ficção, do coletivo A Recolectora, explora diversos aspetos da tradição pastoral na Madeira.

Andreia Garcia, a curadora, revelou à Lusa que o “diálogo” entre ambos os trabalhos pretende deixar um apelo. 

“Tenta convocar para uma necessidade de nós pararmos para repararmos a forma como estamos a consumir os recursos do nosso território”.

Para além de uma consciência de “memória perdida, e a tentativa de a recuperar e a preservar”, afirmou, esta exposição incentiva a “uma certa consciencialização para a forma como os recursos estão a ser rapidamente consumidos, nomeadamente recursos que têm a ver com a agricultura, com os recursos hídricos”.

Embora os filmes sejam sobre a Madeira e o Alentejo, para Andreia Garcia estes “apresentam camadas de problemáticas e de possíveis soluções que podem ser muito transversais a outras partes do planeta, e nomeadamente a outros países que aqui estão representados”.

A curadora tem a expectativa de que esta exposição possa contribuir para “um respeito muito maior sobre a forma como [se está a consumir] o planeta”.

Portugal faz parte do grupo de 50 países, cidades, territórios, instituições e artistas que integram esta edição da Bienal de Design de Londres, que se prolonga até 29 de junho e decorre no antigo palácio de Somerset House.

O tema desta edição, ‘Surface Reflections’ (em português, ‘Reflexões sobre a Superfície’), é apresentado pelo seu diretor artístico, Samuel Ross, como um desafio a “olhar introspetivamente para o que todos têm para oferecer com as alegorias, contexto e histórias únicas”.

O responsável mostrou-se ainda satisfeito por este tema ter sido “levado muito para além do seu objetivo por todos os guardiões e talentos aqui presentes, e é uma alegria completa ver a sua interpretação ganhar vida”.

Já para a diretora da Bienal, Victoria Broackes, o resultado final “é uma reflexão fiel das superfícies que trabalhamos e das histórias mais profundas que elas contêm, que desafiam a olhar para além da estética, para o significado, a materialidade e a mensagem”. 

 

Fotografia de expresso.pt