Na sua recente análise ao tráfego de contentores dos portos que se situam na zona de influência geográfica do Estreito de Gibraltar, o especialista Theo Notteboom agregou dados sobre a evolução de cinco portos que dão hoje cartas no cerrado e competitivo jogo de liderança pelas cargas e, mais especificamente, pelo transhipment. Para o analista, a corrida ao aumento das quotas de mercado de cada porto (lote no qual se inclui Sines) é inegável, com vários investimentos previstos para que cada um dos portos materialize as suas ambições de crescimento sustentado, como avança a Revista Cargo.
O porto marroquino de Tanger Med (com forte influência operacional da líder de mercado Maersk Line), arrancou com trabalhos de expansão da sua capacidade em Maio de 2010, tendo o projecto do terminal ‘Tanger Med 2’ passado por várias fases ao longo desta última década: quando estiver finalizada, a obra permitirá à infra-estrutura do porto norte-africano possuir uma capacidade total anual de movimentação a rondar os 9 milhões de TEU. Lembra Theo Notteboom que «parte do projecto do Tanger Med 2 entrou em operação no arranque deste ano».
Mas nem só Marrocos está na corrida pela soma de TEU: o líder do Mediterrâneo, o porto espanhol de Valência, também se encontra a ganhar corpo para a luta da manutenção do trono. «O maior desenvolvimento envolve a extensão do porto de Valência, acrescentando uma capacidade adicional de cerca de 5 milhões de TEU (a ficar operacional em 2024-2025)», denota o professor. Também o porto português de Sines se encontra entre os competidores, fazendo Notteboom alusão aos recentes avanços nos dossiers da expansão do Terminal XXI e do concurso do Terminal Vasco da Gama.
«Em Julho de 2019, o Governo Português aprovou o decreto-lei que estabelece as bases para a concessão de um novo terminal de contentores em Sines, ou seja, o Terminal Vasco da Gama, com capacidade planeada de 3 milhões de TEU, e a expansão do actual Terminal XXI ( 2,3 milhões de TEU para 4,1 milhões de TEU)», frisou o especialista.