4 Setembro 2019      11:18

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Porto de Sines na corrida pela liderança no tráfego de contentores

Na sua recente análise ao tráfego de contentores dos portos que se situam na zona de influência geográfica do Estreito de Gibraltar, o especialista Theo Notteboom agregou dados sobre a evolução de cinco portos que dão hoje cartas no cerrado e competitivo jogo de liderança pelas cargas e, mais especificamente, pelo transhipment. Para o analista, a corrida ao aumento das quotas de mercado de cada porto (lote no qual se inclui Sines) é inegável, com vários investimentos previstos para que cada um dos portos materialize as suas ambições de crescimento sustentado, como avança a Revista Cargo.

O porto marroquino de Tanger Med (com forte influência operacional da líder de mercado Maersk Line), arrancou com trabalhos de expansão da sua capacidade em Maio de 2010, tendo o projecto do terminal ‘Tanger Med 2’ passado por várias fases ao longo desta última década: quando estiver finalizada, a obra permitirá à infra-estrutura do porto norte-africano possuir uma capacidade total anual de movimentação a rondar os 9 milhões de TEU. Lembra Theo Notteboom que «parte do projecto do Tanger Med 2 entrou em operação no arranque deste ano».

Mas nem só Marrocos está na corrida pela soma de TEU: o líder do Mediterrâneo, o porto espanhol de Valência, também se encontra a ganhar corpo para a luta da manutenção do trono. «O maior desenvolvimento envolve a extensão do porto de Valência, acrescentando uma capacidade adicional de cerca de 5 milhões de TEU (a ficar operacional em 2024-2025)», denota o professor. Também o porto português de Sines se encontra entre os competidores, fazendo Notteboom alusão aos recentes avanços nos dossiers da expansão do Terminal XXI e do concurso do Terminal Vasco da Gama.

«Em Julho de 2019, o Governo Português aprovou o decreto-lei que estabelece as bases para a concessão de um novo terminal de contentores em Sines, ou seja, o Terminal Vasco da Gama, com capacidade planeada de 3 milhões de TEU, e a expansão do actual Terminal XXI ( 2,3 milhões de TEU para 4,1 milhões de TEU)», frisou o especialista.