22 Junho 2022      10:35

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Politécnico de Portalegre envolvido na produção de gás natural renovável

O projeto inovador “Hyfuelup”, que visa desenvolver uma tecnologia de produção de gás natural renovável a partir de resíduos, entre os quais florestais, vai ser liderado por um laboratório português, num investimento de 10,3 milhões de euros.

De acordo com a Lusa, o projeto vai ser desenvolvido pelo Laboratório Colaborativo Bioref, num consórcio internacional de 11 entidades académicas e empresariais, entre as quais se encontram o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), a Dourogás Renovável e a Circlemolecule.

Gonçalo Lourinho, coordenador do Bioref em Portalegre, através do IPP, disse que “é um gás em tudo equivalente ao gás natural, mas tem uma origem renovável. Este projeto avançará segundo uma tecnologia inovadora que se baseia num processo de gaseificação”.

O responsável adianta ainda que a gaseificação (biomassa) vai ser colocada a uma temperatura “entre os 800 e os mil graus” para conseguir converter a biomassa num gás combustível, constituído por uma série de gases, entre eles o metano e o hidrogénio. Já a etapa seguinte passa por transformar este gás em “99%” metano.

“É inovador porque normalmente o biometano não é produzido assim, é por um processo de degradação biológica”, sublinhou Gonçalo Lourinho.

Segundo o coordenador, em que o IPP é responsável pela produção de hidrogénio para o “Hyfuelup”, “o foco” do projeto passa por dar resposta aos setores dos transportes e mobilidade.

“Queremos inovar e provar que é possível produzir este biometano e transportá-lo para zonas onde não haja ligações à rede de gás natural”, afirmou.

O projeto, que é acompanhado pela Agência Nacional de Inovação (ANI), vai ter início no final deste ano e vai ser desenvolvido ao longo de quatro anos, estando a unidade de produção deste gás instalada em Tondela.

A ANI anunciou ainda que Portugal já captou 32,7 milhões de euros em projetos relacionados com o clima, energia e mobilidade, entre eles o “Hyfuelup”. “Só na última ronda de resultados, 21 entidades portuguesas angariaram 12,5 milhões de euros em 11 projetos”, destaca a ANI, em comunicado.

De acordo com a agência, os 32,7 milhões de euros representam “cerca de 2,1%” dos 300 milhões de euros disponíveis nesta área.

 

Fotografia de bioref-colab.pt