A Anunciação (c. de 1434) do pintor Álvaro Pires de Évora, um dos primeiros pintores portugueses a quem se pode atribuir uma obra, do século XV, está para leilão na Sotheby's por um valor que, se estima, será arrematado entre os 124 e os 205 mil euros. A obra é tão rara que o Museu de Arte Antiga já pediu à Direcção-Geral do Património que o compre.
Segundo o jornal Público, numa peça assinada por Lucinda Canelas, daquele autor, que trocou o Alentejo pela Toscana e nunca mais voltou, só se conhecem 30 pinturas e apenas uma está na posse o estado português, por sinal no acervo do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, comprado em 2001, por 320 mil euros e com apoio da Finagra de José Roquette e da Fundação BCP. Falamos de "A Virgem com o Menino entre S. Bartolomeu e Santo Antão".
Segundo José Alberto Seabra Carvalho, conservador de pintura e diretor-adjunto do Museu Nacional de Arte Antiga, em declarações ao Público “O nosso museu não tem nenhum Álvaro Pires, o que significa que não tem nada de pintura portuguesa anterior a Nuno Gonçalves [autor dos célebres Painéis de São Vicente, c. 1470]. E isto quer dizer que há uma parte da história da arte portuguesa que nós não podemos contar, sendo que contar essa história é a nossa principal obrigação.”
Este painel pertenceu à colecção do chanceler Konrad Adenauer, um dos homens-fortes da Alemanha do pós-Guerra, e vai a leilão no mesmo dia em que estarão para venda obras de Lucas Cranach, o Velho, Ticiano, Frans Hals, Bartolomeo Manfredi, Velázquez ou Canaletto.
Na capa A Anunciação (c. de 1434), de Álvaro Pires de Évora DR