1 Maio 2017      10:29

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PERIGOS EM REDE

Desde o seu aparecimento, as redes sociais têm desencadeado o desenvolvimento de vários fenómenos, uns mais positivos que outros.

Se contribuíram para a divulgação de projectos e para o crescimento de negócios online, é também certo que contribuíram para o fenómeno da opinião fácil e da propagação de ideias negativas.

Atrás do ecrã de um computador, todos somos muito fortes e sábios e prontos a entrar em acção. O pior é que, quando se pede a esses comentadores de facebook ou twitter que façam, efectivamente alguma coisa para defender aquilo que tanto criticam, facilmente se nota o seu súbito desaparecimento.

Afinal, opinar sempre foi fácil.

Se o fenómeno negativo das redes sociais ficasse por aqui, tudo seria de fácil resolução, bastaria optar por ler ou não determinados comentários e respeitar a opinião de cada um.

O pior é que, principalmente nos últimos tempos, assistimos a fenómenos bem mais graves e com consequências devastadoras.

Actualmente na internet parece existir solução para tudo e, aparentemente, tudo o que a internet diz é a mais pura das verdades.

Foi o que sucedeu com aqueles que se denominam contra as vacinas. Quando questionados relativamente aos motivos que os levaram a não vacinar os seus filhos, estes pais basearam-se em alegados estudos que foram sendo divulgados na internet.

Quando confrontados com a análise científica de décadas que sustenta a importância da vacinação, estas pessoas ficaram sem saber responder, acabando por remeter insistentemente para os tais estudos internáuticos.

Por fim, esta semana todos despertámos para um jogo denominado “baleia azul” que tem toda a sua génese na rede social facebook, onde os jogadores se inscrevem e são contactados por aquela via e que são incitados ao suicídio pelos responsáveis do jogo.

Este caso ultrapassa tudo de mau que as redes sociais possam ter. É um claro aproveitamento de jovens numa situação psicológica frágil que através dos chamados desafios, acabam por ser coagidos a pôr termo às suas próprias vidas.

O que leva uma pessoa a lançar um jogo destes e a divertir-se com a morte de outros, certamente alguém poderá conseguir explicar.

O que é certo é que hoje, mais que nunca, todos temos que estar devidamente informados e sensibilizados para os perigos que actualmente existem em rede, tanto por nós como por aqueles que  iremos educar no futuro.

Precisamos de gerações informadas e activas que não se escondam atrás de um ecrã de computador seja para dar as suas opiniões, seja para ter um divertimento sádico com o sofrimento dos outros.

Formação e informação precisam-se e esta é mais urgente do que possa parecer.

Esperemos que não volte a ser tarde demais.

Imagem de capa de domboscopira.com.br