Este prémio, que tem como objetivo distinguir pessoas ou instituições sem fins lucrativos que se tenham destacado nas áreas social, educativa, da saúde ou da cultura, premiou o projeto "Pequenos Corações Gigantes", que a equipa da Sociedade do Bem, sedeada em Évora, implementa desde 2015 nas escolas de ensino básico.
Tivemos a oportunidade de conversar com a fundadora desta IPSS para conhecer melhor o trabalho desenvolvido e a importância da atribuição do Prémio atribuído pela Fundação Bissaya Barreto para a continuação das atividades da Associação.
Tribuna Alentejo: "Pequenos Corações Gigantes" é um nome curioso para um projeto educativo considerado inovador. Que problema pretende resolver com ele?
Susana Pedro: "Pequenos Corações Gigantes" foi o primeiro projeto criado no âmbito da Sociedade do Bem. Este projeto foi criado com o objetivo de desenvolver competências emocionais nas crianças, apoiando-as, sobretudo, na fase de transição do pré-escolar para o 1.º ano do 1.º ciclo. A falta de competências emocionais origina dificuldades académicas/escolares, como pouca vontade de aprender ou confiança nas próprias capacidades para o poder fazer, falta de capacidade para estabelecer objetivos ou definir metas... Por outro lado, agrava situações associadas à dificuldade em lidar com situações de ira, stress ou frustração, falta de competências relacionais, fazer e manter amizades, colaborar, etc.
Tribuna Alentejo: E que papel têm estes "heartbuilders"?
Tribuna Alentejo: E os resultados do programa são quantificáveis?
Susana Pedro: A avaliação de "Pequenos Corações Gigantes" considera diversos instrumentos, como questionários aplicados às crianças, aos pais e aos professores. Estes questionários são aplicados antes e depois da conclusão do programa, para que possamos comparar os resultados, que nos têm demonstrado, de uma maneira geral, que as crianças ficam mais auto-confiantes, aprendem a saber gerir a frustração ou a cólera nos momentos mais perturbadores, aprendem a comunicar as suas ideias de uma forma assertiva, ficam mais disponíveis para colaborar com os outros. Estes são aspetos muito importantes, porque se o ambiente na escola melhora, a criança fica mais predisposta a aprender coisas novas.
Tribuna Alentejo: Em que medida estas distinções contribuem para o desenvolvimento do projeto "Pequenos Corações Gigantes"?
Susana Pedro: Todas as distinções que a Sociedade do Bem tem recebido pelo projeto "Pequenos Corações Gigantes" têm sido muito importantes. Quando instituições como a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, a Fundação Calouste Gulbenkian ou a Sic Esperança se associam à Sociedade do Bem, estão a afirmar publicamente que acreditam que este projeto faz todo o sentido existir nas escolas. Elas emprestam o seu prestígio e credibilidade a um projeto que tem como objetivo desenvolver competências emocionais e sociais desde cedo.
Nesse sentido, a equipa multidisciplinar da Sociedade do Bem implementa programas de desenvolvimento emocional e social nas escolas:
Através desta metodologia, fomenta-se o autoconhecimento de forças e limitações das crianças, o autocontrolo que precisam ter perante os desafios, o conhecimento social necessário para compreenderem e empatizarem com os outros, as competências relacionais fundamentais para trabalharem em equipa e resolverem conflitos e ainda a capacidade de tomar de decisões éticas e seguras em sociedade.
A missão do projeto consiste em promover a empatia, o altruísmo e a positividade nas crianças e jovens através do exemplo. Os temas dos programas implementados nos diferentes contextos variam de acordo com os heartbuilders convidados: atualmente a Sociedade do Bem, vencedora da Bolsa Es Jovem | Nos Alive 2015 (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social), do Prémio Por um Bairro Melhor (SIC Esperança) e do Prémio Nuno Viegas Nascimento, atribuído pela Fundação Bissaya Barreto, encontra-se a desenvolver diversos programas junto de salas de Pré-Escolar, 1.º ciclo e de crianças e jovens em instituições.
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