17 Janeiro 2017      14:00

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PEDRO DO CARMO PREOCUPADO COM O FUTURO DO PORCO ALENTEJANO

Pedro do Carmo, deputado eleito pelo Baixo Alentejo (PS) está preocupado com o resultado de uma diretiva da União Europeia que "tocada pelas novas tendências de defesa do bem-estar animal" proibe a castração cirúrgica de porcos por considerar que essa diretiva coloca em causa a "qualidade da carne gerada, que está na base da excelência única dos produtos tradicionais que são uma mais-valia desta fileira do Mundo Rural, pela sua relevância para a economia local, pela importância pelos postos de trabalho que assegura e pelo equilíbrio dos ecossistemas em que os animais se integram".

Para o efeito escreveu aos Deputados portugueses no Parlamento Europeu, no que considera a "defesa da criação do porco alentejano, pilar importante da economia regional e do Mundo Rural".

A iniciativa pretende "mobilizar a atenção e a defesa da criação do porco alentejano perante as posições que têm sido adotadas pela Comissão Europeia que, em 2018, pode colocar entraves à afirmação de uma fileira agroalimentar geradora de produtos de excelência e de tradições que fazem parte da identidade do Baixo Alentejo", conclui.

Pedro do Carmo lembra aos eurodeputados portugueses que "como cidadão oriundo de Ourique, Capital do Porco Alentejano, depois de ainda em 2012 responsáveis do setor falarem em risco da raça de porco estar "muito ameaçada" a "curto prazo", com muitos produtores a abandonar o sector e o efetivo reprodutor a diminuir devido à "forte quebra" da rentabilidade da atividade, e depois do trabalho de dinamização da fileira realizado pelos criadores e pela Município", e apela a que o Parlamento Europeu possa ter uma atitude de equilíbrio que concilie o bem-estar animal com as especificidades que fazem a diferença deste produto do nosso Mundo Rural.

O "Porco de Raça Alentejana (Sus Ibericus), é uma das raças autóctones portuguesas, cujo padrão se encontra definido. Tem o seu habitat natural a sul de Portugal, abrangendo toda a região Alentejana, sendo explorado em sistema de regime extensivo e tem por base de alimentação produtos agrícolas (cereais, bolota, erva, etc.) associados ao ecossistema mediterrânico. O acabamento e engorda é por excelência feito no montado, onde as bolotas servem de repasto e originam um tipo de gordura intramuscular saudável, que dão origem a produtos tradicionais qualificados (DOP’s e IGP’s) com características únicas", como explica o ex-presidente da Câmara de Ourique.