20 Julho 2022      09:12

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Pedidos de ajuda à Cáritas de Portalegre aumentam

Elicídio Bilé, presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco

Elicídio Bilé, presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco, revelou que o número de pedidos de ajuda das famílias aumentou nos últimos tempos, defendendo uma resposta mais eficaz do Governo ao setor da ação social.

Em declarações à agência Lusa, o responsável adiantou que “há pessoas que estão a trabalhar, mas constituem novas formas de pobreza, ou seja, são pessoas que tendo trabalho não têm rendimentos para conseguir suprir as dificuldades que estão a passar”.

Entre os fatores que contribuíram para o agravamento dos casos de pobreza, o responsável destaca a inflação, o aumento dos preços dos bens de consumo e a guerra na Ucrânia, situação que provocou a vinda de refugiados para Portugal.

“Aumentou o número de pessoas que nós apoiávamos com regularidade. Nós andávamos, em Portalegre, na ordem das 50 pessoas que apoiávamos com regularidade e, agora, temos um número maior”, indicou.

Elícidio Bilé defende uma posição “mais eficaz” por parte do Governo, lamentando, no entanto, que não se observe no terreno “nada de palpável” em relação aos apoios para a ação social.

“Com as verbas que estão a chegar do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), da Europa, nós ainda não vimos nada de palpável para os apoios sociais e não tem a ver só com dinheiro, tem a ver com estruturas, com funcionamento do Estado na ação social concreta”, disse, acrescentando que “o que temos visto são respostas dadas avulso, não de uma forma organizada que dê uma resposta a uma boa organização do setor social”.

Elícido Bilé, que lamentou ainda que o setor social viva nesta altura “descapitalizado e com muitas dificuldades”, garantiu que, apesar das adversidades, a Cáritas “não vai deixar ninguém para trás”, procurando “apoios e parcerias” para dar respostas às populações.

 

Fotografia de noticiasdecastelodevide.blogspot.com