No dia de ontem (20 de fevereiro), o PCP defendeu em comunicado, citado pela agência Lusa, que o Plano Ferroviário Nacional “não se pode considerar uma proposta séria e fundamentada”, uma vez que estão em falta “elementos fundamentais”, tais como a articulação com o Aeroporto de Beja de forma a ser feito o seu aproveitamento.
“Sendo um importante contributo para o estudo do setor da ferrovia, não se pode considerar uma proposta séria e fundamentada”, sublinhou a Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP, no comunicado.
Salientando que há “elementos fundamentais” em falta no que respeita ao planeamento, o PCP destacou ainda que “qualquer discussão séria sobre esta questão estratégica para o desenvolvimento da região não pode ser desligada de outras questões nodais para esse fim”.
No seguimento desta ideia, a DRA do PCP realçou que devem ser incluídas na discussão várias outras questões e dá como exemplos o aproveitamento e a potenciação do Aeroporto de Beja, a rede rodoviária do Alentejo, as políticas agrícola e de solos, os serviços públicos e o investimento.
“Tal como não pode ser desligada de um conjunto de investimentos necessários que não se situando no Alentejo são importantes para o desenvolvimento do Alentejo, como, por exemplo, a Terceira Travessia do Tejo, entre outras”, acrescentou.
Os comunistas consideraram, no entanto, que “está ausente a articulação com a rede aeroportuária, quer no que respeita ao impacto da influência do novo Aeroporto de Lisboa, quer nas questões relacionadas com o aproveitamento e potenciação do Aeroporto de Beja”.
Outros elementos em falta são “a insuficiente ligação e complementaridade entre a vertente de passageiros e de mercadorias”, assim como “questões relativas à intermodalidade na rede e na bilhética e ao aproveitamento das infraestruturas existentes”.
No mesmo documento, foi ainda destacada a necessidade de ser feito no Alentejo investimento que contribua para o desenvolvimento da região, com a DRA do PCP a propor a eletrificação da Linha do Alentejo entre Casa Branca e Beja e entre Beja e Funcheira.
Desta proposta fazem ainda parte, como notou a DRA do PCP, a construção de uma variante ao Aeroporto de Beja e, numa visão infraestrutural e de gestão, a garantia do serviço de alta velocidade entre Évora e Faro, com paragem em Beja.
A eletrificação da Linha do Leste, a construção de uma variante a Portalegre, o aproveitamento para transporte de passageiros e de mercadorias no troço Évora-Elvas foram outras propostas apresentadas pelos comunistas, que defenderam também que devem ser criados terminais de mercadorias em Vendas Novas, Évora e Alandroal e ligações intercidades entre Évora e Portalegre. Além disso, devem ser garantidas as condições de forma a aumentar a oferta de serviços na Linha do Sul, consideraram.
Até ao fim deste mês, o Plano Ferroviário, proposto pelo Governo, está em consulta pública.
Fotografia de postal.pt
SIGA-NOS NO FACEBOOK
