31 Outubro 2020      11:27

Está aqui

Orçamento do Estado 2021 e os divórcios anunciados

Recentemente foi aprovado na generalidade o Orçamento do Estado (OE) para 2021. Na prática, todos sabíamos que, de uma forma ou de outra, este OE teria a sua aprovação garantida. Com Bloco de Esquerda (BE) ou com Partido Comunista Português (PCP), o OE 2021 seria aprovado. É pelo menos a minha convicção.

Note-se que, no contexto atual, apesar de não concordar com este Orçamento de Estado, é bem melhor ser aprovado do que ser chumbado.

Posto isto, a novidade no meio disto tudo foi o divorcio do BE com a famigerada geringonça que nos governou durante os últimos 5 anos.

Os argumentos essenciais passaram pelas divergências de intervenção no Novo Banco, mas sobretudo pela falta de meios propostos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em contrapartida, o PCP, através da sua abstenção, garantiu a viabilização e aprovação do OE 2021. Como resultado, o OE 2021 passou, na generalidade, com os votos favoráveis do PS, abstenção do PCP, PEV, PAN e duas deputadas não inscritas.

Na realidade, o ´´virtuoso`` orçamento das ´´esquerdas`` passou sem a solidariedade do Bloco de Esquerda. Quando as contas se encontravam em ordem, deixadas pelo governo do PSD e CDS (depois de uma crise profunda que o país atravessou devido à herança desastrosa e ruinosa da governação socialista de José Sócrates), todos quiseram ser ´´donos`` do orçamento. Agora que se avizinha uma crise sanitária, económica e social, de proporções difíceis de estimar, os parceiros das esquerdas começam a abandonar o navio.

Neste caso, há quem esteja a abandonar o barco, mas também há quem ameace abandonar no futuro próximo! Este cenário de instabilidade é péssimo para o País, isto porque no meio deste caos pode resultar uma crise sem precedentes.

A especialidade das governações socialistas, de governar sem pensar no futuro, está a tornar-se novamente mais do que evidente. Mais tarde ou mais cedo, os resultados desta governação ´´à vista`` vai ser confrontada por todos os portugueses.

E o que vai acontecer se seguida? vão ser os mesmos de sempre, a pegar na cacaria deixada pelas governações ruinosas do costume, e procurar salvar o País. E claro, sempre com medidas duras e impopulares.

Estou plenamente convencido que os próximos tempos vão ser extremamente difíceis e exigentes. Vai ser necessário estar à altura dos acontecimentos, e ser capaz de mobilizar os portugueses para mudanças estruturais. Não me parece que o governo PS, de António Costa, seja capaz de o fazer.

No entanto, tem de ser este Governo a encontrar soluções para o País. António Costa quis estar no poder a todo o custo, mesmo sem ter ganhos as eleições do seu primeiro governo. Por isso, deverá com o seu ´´brilhantismo negocial`` encontrar as melhores formas de garantir a solidariedade dos seus parceiros habituais.

De outra forma, o País poderá ser entregue a correntes populistas e demagógicas que nos poderão encurralar em novos modelos de sociedade que não podemos deixar que aconteçam.