ONDE PÁRA A CORRUPÇÃO?

Segundo um Barómetro Global da Corrupção publicado em Novembro pela Transparency International, mais de 80% dos Portugueses consideram que o Estado sofre influências indevidas de pessoas com grande poder económico. 48% dos Portugueses consideram que a corrupção piorou no último ano e 39% não vê melhorias nos níveis de corrupção do País.

 

Vem este artigo a propósito do último esquema mediático que rebentou: A operação O-Negativo sobre um negócio do plasma e derivados do sangue que envolve o Estado, a Octapharma e Personalidades conhecidas da área da saúde e do sector público.

 

Não gostando de fazer juízos de valor sobre determinadas Pessoas até se provar a justiça dos factos é, no entanto, já recorrente este tipo de noticias que envolvem altas figuras com responsabilidades na gestão pública e que originam contratos danosos para o Estado Português.

 

Este tipo de situações, só vem aumentar o descrédito que o cidadão comum tem nas Instituições Públicas e Políticas em Portugal. Além de que, estamos a falar de um caso, como outros, que remontam há mais de uma década.

 

No inicio deste mês a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, referiu que o número de magistrados do Ministério Público é insuficiente no combate à corrupção e que por isso irão formar 60 magistrados para as áreas da corrupção económica e financeira.

 

Concordo que a formação de mais Magistrados para o combate à corrupção seja uma boa aposta, mas não é suficiente. É necessário uma maior transparência nos concursos públicos, especialmente aqueles que envolvem um volume de negócio muito elevado. É necessário que haja um maior escrutínio dos responsáveis por sectores do Estado com enormes valores de negócios. E se para termos os melhores gestores públicos à frente desses mesmos cargos, tivermos que aumentar a sua base de remuneração, então que assim seja.

 

Só tendo um sistema judicial forte e uma gestão pública motivada e mais transparente é que estes casos vão começar a diminuir. A justiça torna-se mais célere e eficiente e a confiança dos Portugueses aumenta também.

 

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