3 Junho 2021      10:08

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Observatório AlenRiscos estuda consumo de substâncias nas escolas alentejanas

A Universidade de Évora encabeça o Observatório AlenRiscos, um projeto “único a nível nacional” que vai estudar o consumo de substâncias psicoativas e comportamentos aditivos no contexto escolar das turmas do 3.º ciclo do ensino básico, de todas as escolas da região do Alentejo.

Em declarações à Renascença, Manuel Lopes, professor do Departamento de Enfermagem da Universidade de Évora (UÉ) e investigador do CHRC (Comprehensive Health Research Centre), considera que “o conhecimento profundo destas realidades deve constituir uma prioridade”, tendo em conta que “as escolas são essenciais na criação de dinâmicas preventivas no que toca ao uso e abuso das substâncias psicoativas”.

O coordenador do Observatório AlenRisco lembra também que é “nas salas de aula e nos vários contextos escolares que as crianças crescem e os jovens amadurecem”, daí que se justifique a elaboração de um estudo “com observação anual dos consumos e comportamentos de risco nos estabelecimentos de ensino”.

Assim, “a avaliação do perfil do uso de drogas e comportamentos de risco numa dada população permite o desenvolvimento de programas mais realistas”, mais ainda se a pesquisa for “realizada longitudinalmente”, pois “passa a fornecer indicadores fundamentais para a avaliação dos resultados de intervenções eventualmente implementadas num dado período”.

Para Manuel Lopes, este projeto é “pertinente e oportuno”, sendo fundamental “o envolvimento de toda a comunidade escolar assim como parceiros estratégicos com atuação na área da saúde, educação, investigação e intervenção social”.

O investigador alerta ainda para o facto do consumo de substâncias psicoativas e os comportamentos aditivos no contexto escolar “constituírem hoje um sério problema de saúde pública”, confrontando a comunidade educativa “com enormes desafios no sentido do desenvolvimento de uma resposta única, integrada e pragmática para um fenómeno em constante evolução”.

Além dos investigadores da Universidade de Évora, vão associar-se ao projeto outras entidades, como a Unidade de Intervenção Local em Comportamento Aditivos de Évora – DICAD da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares através dos seus serviços regionais e o Departamento de Saúde Pública da ARSA.

 

Fotografia de rr.sapo.pt